segunda-feira, 20 de abril de 2015

“Melhor rock nacional atual é gospel”, diz Guilherme Arantes

Rádio UOL

divulgacaoUm dos maiores hitmakers de sua geração, Guilherme Arantes comemora 40 anos de carreira em 2015.  Como poucos artistas nacionais, o cantor e compositor construiu, já na década de 70, uma ponte entre o popular e o sofisticado, o rock e a mpb, os pobres e os ricos.
“A jovem guarda foi um dos meus modelos e ensinou que é importante ser popular e atravessar transversalmente a sociedade, estourar no povão'', conta, em entrevista exclusiva à Rádio UOL.
OUÇA GUILHERME ARANTES NA RÁDIO UOL
Prestes a fazer três shows em São Paulo entre dias 17 a 19 de abril, no SESC Pompéia, Guilherme relança a faixa “Sonho Latino'', cuja versão original saiu em 1992, no álbum “Crescente''. Com um novo arranjo em que se destaca o cravo, instrumento renascentista antepassado do piano, a regravação será o bônus na versão em vinil de seu mais novo álbum “Condição Humana'', lançado em 2013.
O cantor está animado com a edição no formato analógico. “CD é uma b****. Na época o som digital parecia perfeito, mas hoje com o ouvido mais apurado eu consigo perceber a má qualidade. O vinil nacional era muito mal fabricado, misturavam asfalto no material. Hoje é ótimo''
OUÇA O ÁLBUM “CONDIÇÃO HUMANA''
Outro destaque da nova versão de “Sonho Latino'' é a participação de Cláudio Lucci nos violões. Parceiros antigos, Guilherme e Cláudio fizeram parte da banda de rock progressivo Moto Perpétuo, que lançou um único álbum em 1974.
Tocar numa banda de rock foi o que levou Guilherme Arantes a optar por seguir carreira solo no pop. “Ter banda é um pesadelo, uma dinâmica muito estranha, muita briga, para mim foi um saco pilotar um grupo'' diz. “O rock é tipicamente engessador e o próprio público, aquele bando de machão de camisa preta e barbichinha é um bando de idiotas. (…)Hoje em dia o melhor rock feito no Brasil é gospel. O 'rockão' ficou muito reacionário, você vê que muitos roqueiros hoje são de direita. O rock atual perdeu totalmente a força de transgressão''.
Guilherme encontrou a solução no grande público, em programas de auditório. “O auditório é a verdade do país. Eu era bonitinho, então fui para o Raul Gil, para o Chacrinha e ali eu estava livre daquela carga da banda de rock''.
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Foto: Cristina Granato/Site Oficial
Da geração clássica do rock nacional dos anos 80, Guilherme considera que “o que ficou de melhor foram os gays. Renato Russo, Cazuza, pessoas que atravessaram o histrionismo machista e reacionário''.
Sobre o cenário atual, Guilherme também não poupa outros estilos: para ele o sertanejo é fruto do agronegócio e o axé, do Carlismo na Bahia. Já o o pagode e o funk são, segundo ele, movimentos autênticos que se garantiram por conta própria.
Mantendo a polêmica, o autor de “Planeta Água'' garante que a canção é apenas uma ode ao elemento e não tem relação direta nenhuma com a crise hídrica que tem aterrorizado os paulistanos. Ainda assim, o público sedento da cidade terá a oportunidade de vê-lo contar a história deste e outros sucessos durante os shows do SESC Pompéia.
Parte do projeto Sala de Estar – em que os artistas escolhem um repertório exclusivo apresentado em clima intimista – as apresentações serão permeadas por pequenas narrativas em que Guilherme contará histórias sobre suas músicas e influências.
SERVIÇO
Quando? 17, 18 e 19 de abril de 2015, sexta e sábado, às 21h. Domingo, às 19h.
Onde? Sesc Pompéia – Rua Clélia, 33, São Paulo
Quanto?
R$ 15,00 (credencial plena*/trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes), R$ 25,00 (credenciado*/usuário inscrito no Sesc e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$ 50,00 (inteira).
Venda online a partir de 8 de abril, terça-feira, às 20h.

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