segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Mutações: dissonâncias do progresso 

 

Novo livro da série Mutações discute impasses entre o progresso material e a regressão dos valores da política e da organização social

As inúmeras formas do progresso da ciência e da técnica geraram inegáveis benefícios para a humanidade, com avanços na medicina e na biologia, além do desenvolvimento de tecnologias que facilitam enormemente o cotidiano. Em contrapartida, tal configuração é marcada pela transformação das noções de espaço e tempo, trazendo, entre outras consequências, velocidade e superficialidade para as relações do homem com seu entorno.
Nesse contexto, os autores convidados a colaborar em Dissonâncias do progresso, décima primeira edição da série Mutações, analisam até que ponto a noção de progresso proporcionou avanços à humanidade – sobretudo, na construção de uma sociedade mais justa, igualitária e aberta às diferenças –, evitando, no entanto, uma abordagem dualista do tema.
"Boa parte dos estudos que compõem este livro chama a atenção para o equívoco que consiste em reduzir a noção de progresso a uma grande ilusão, desfeita pelos fatos que revelariam que a humanidade recorrentemente repete os erros que, se não a mantêm em um contínuo estado de barbárie, impedem que ela se assegure de forma definitiva dos avanços civilizatórios”, destaca Helton Adverse, Doutor em Filosofia e professor do Departamento de Filosofia da UFMG.


Adauto Novaes | Foto: divulgação

Organizado por Adauto Novaes, o livro conta com 15 textos além do artigo “Oito notas dissonantes”, em que ele contextualiza os demais temas a serem tratados na obra: “O que se entende por fim da humanidade?” (Luiz Alberto Oliveira), “Rumo a novas escravidões?” (David Lapoujade), “O fim do progresso” (Pedro Duarte), “Civilização e desrazão: a ambivalência das luzes” (Céline Spector), “A política desconstruída: a guerra de facções e seus outros” (Newton Bignotto), “Progresso e democracia: o governo representativo segundo John Stuart Mill” (Charles Girard), “A força da revolução e os limites da democracia” (Vladimir Safatle), “Caminhos da razão e do progresso” (Antonio Cicero), “Civilização e violência: sobre alguns usos contemporâneos do conceito de civilização” (Marcelo Jasmin), “Dissonâncias e vicissitudes do humanismo nos tempos modernos” (Francis Wolff), “Progresso e barbárie civilizada” (Oswaldo Giacoia Junior), “Humanismo moderno: integração entre teoria e prática” (Franklin Leopoldo e Silva), “Não lugar, cidade genérica, planeta favela, cidade post-it” (Guilherme Wisnik), “Pós-fatos, pós-imprensa, pós-política: a democracia e a corrosão da verdade” (Eugênio Bucci) e “Entre desilusões e crenças” (Jorge Coli).

Sobre a série Mutações
Publicada anualmente pelas Edições Sesc São Paulo desde 2008, a série Mutações registra os ciclos de conferências organizados por Adauto Novaes, com o propósito de discutir e contextualizar as mudanças e crises sociais e éticas advindas das novas configurações do mundo.

Sobre o organizador
Adauto Novaes é jornalista e professor. Foi diretor do Centro de Estudos e Pesquisas da Fundação Nacional de Arte, Ministério da Cultura, por vinte anos. Em 2000, fundou a empresa de produção cultural Artepensamento e, desde então, organiza ciclos de conferências que resultam em livros. Pelas Edições Sesc São Paulo, publicou: Ensaios sobre o medo (em coedição com a editora Senac São Paulo); Mutações: ensaios sobre as novas configurações do mundo (em coedição com a editora Agir); Vida, vício, virtude (em coedição com a editora Senac São Paulo); A condição humana (em coedição com a editora Agir); Mutações: a experiência do pensamento; Mutações: a invenção das crenças; Mutações: elogio à preguiça (ganhador do Premio Jabuti em 2012); Mutações: o futuro não é mais o que era; Mutações: o silêncio e a prosa do mundo; Mutações: fontes passionais da violência (ganhador do Prêmio Jabuti em 2015); e Mutações: o novo espírito utópico.

Veja também:

:: Flip 2019 | Primeiro dia da Casa Edições Sesc na 17ª Festa Literária Internacional de Paraty tem lançamentos sobre Lina Bo Bardi, Manguebeat e do novo livro da série Mutações
:: Nota ambiental | Relatório da ONU aponta para necessidade de reformulação ética, política e econômica da vida em sociedade, um dos temas tratados em Mutações: dissonâncias do progresso
:: trecho do livro

https://www.sescsp.org.br/online/edicoes-sesc/794_MUTACOES+DISSONANCIAS+DO+PROGRESSO#/tagcloud=lista

 

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