Como aumentar sua produtividade ouvindo música no trabalho
Saiba o que acontece no seu cérebro quando você ouve suas trilhas preferidas e como você pode usar essa atividade a seu favor
14/02/2014 - 15H02/ atualizado 16H0202 / por Luciana Galastri
Eu já sei que meu dia no trabalho não vai
render tanto quando esqueço os meus fones de ouvido em casa. Com as
orelhas protegidas do rúido exterior não apenas fico mais focada, mas as
horas na redação parecem mais ritmadas, melhor aproveitadas - em outras
palavras, sinto que minha produtividade aumenta. Ouço de tudo: desde
música clássica, passando por folk indie até Ke$ha, depende da atividade
na qual estou imersa (graças ao 8tracks
escolho a playlist de acordo com meu sentimento ou atividade e não
apenas por artistas ou gênero). E todas essas músicas tem um efeito em
nosso cérebro que é diferente do que em qualquer outro animal já
estudado pelos cientistas.
Pra começar, quando você ouve música uma parte do cérebro chamada
núcleo accumbens é ativada. Essa região comanda a liberação de dopamina,
um neurotransmissor chamado de ‘químico do prazer’ - é a mesma
substância liberada quando você come seu prato preferido e quando você
encontra suas pessoas preferidas, que faz você querer mais. Mas não
basta simplesmente colocar seus fones, aumentar o volume e esperar a
dose de dopamina ser liberada. A quantidade de dopamina liberada depende
do elemento surpresa.
Explico: quando você está ouvindo uma playlist e se depara com uma
música incrível, que você não conhecia até então, a quantidade de
dopamina liberada é muito maior do que quando você está ouvindo o seu
hit preferido pela enésima vez.
Ok, então a música que ouvimos muda a forma com que nos sentimos. “Me
conte algo que eu não saiba”, você pode estar pensando. O fato é que é possível usarmos isso a nosso favor
para aumentar a produtividade no trabalho, controlando o que sai de
seus inseparáveis fones de ouvido. E preparamos um guia para te ajudar:
Para terminar tarefas chatas rapidamente
Um estudo publicado pela revista Neuroscience of Behavior and Physiology
notou que a habilidade de uma pessoa de reconhecer imagens, letras ou
números aumentava quando ela ouvia rock ou música clássica. A mesma
coisa acontecia quando as músicas eram tocadas em fones de funcionários de uma linha de montagem
- eles cometiam menos erros, trabalhavam mais rapidamente e o tempo
também parecia passar mais rápido. Ou seja, na hora de limpar a caixa de
e-mails ou fazer algo repetitivo, apele para Edvard Grieg ou Rolling
Stones (sugestões da repórter, mas outras músicas clássicas e rock
funcionam).
Para diminuir a tensão
O gosto musical entre uma pessoa e outra pode variar imensamente. Eu,
por exemplo, adoro ouvir metal durante as horas mais críticas do dia - e
o pessoal da redação não entende como eu consigo me concentrar ‘com
todo aquele barulho’. Mas ouvir nosso gênero preferido de música ajuda a
diminuir a tensão, independente de qual seja o tipo de som que você
mais curte.
Quer se concentrar?
Quando ouve canções e encontra uma que você adora, com uma letra com a
qual você se identifica, seu cérebro pode liberar mais dopamina do que
deveria para manter a concentração. Muita dopamina faz com que você
perca o foco. Então prefira músicas já conhecidas ou, se você já está
enjoado da sua playlist de sempre, opte por músicas instrumentais, sem voz.
Precisa de criatividade?
Um barulho neutro, que não caracteriza o silêncio absoluto, mas que também não é música é o que indica uma pesquisa do Journal of Consumer Research. De acordo com os cientistas, o ideal é o som de um café. E, por sorte, há uma ferramenta que simula o som desse ambiente, o Coffitivity.
Novidade? Aperte pause
Vai ler um documento importante? Ou um relatório sobre algo que, até
então, lhe era desconhecido? Aperte pause. Um estudo de 2010 da Universidade do Instituto de Gales
mostrou que, ao precisarem decorar uma sequência de sons e números,
participantes tinham mais dificuldade de lembrar das ordem quando uma
música tocava baixinho ao fundo. Ou seja, se você está fazendo algo novo
e complexo, o silêncio é a melhor opção. O mesmo não pode ser dito em
relação a tarefas que você já sabe ‘de cor’. Outro estudo revelou que cirurgiões experientes faziam operações mais rápidas e precisas quando ouviam música, por exemplo.
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