Mamografia anual não reduz mortalidade por câncer, diz estudo
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O exame anual de mamografia em mulheres com idade entre 40 e 59 não reduz a mortalidade por câncer de mama em comparação com o exame clínico das mamas, concluiu um estudo canadense publicado no "British Medical Journal".
No Brasil e na maioria dos países que adotaram o rastreamento de câncer de mama, a recomendação é que mulheres de 50 a 69 anos façam a mamografia a cada dois anos e o exame clínico das mamas, anualmente.
Durante um período de 25 anos, os pesquisadores compararam a incidência de morte por câncer de mama em mais de 89 mil mulheres que foram divididas em dois grupos. Em um deles, as mulheres fizeram a mamografia anualmente, durante cinco anos. No outro, as voluntárias apenas fizeram exame clínico das mamas.
Dentre as mulheres que realizaram a mamografia, 3.250 foram diagnosticadas com câncer de mama e 500 morreram. No grupo que não realizou o exame, 3.133 receberam o mesmo diagnóstico e 505 morreram. Assim, a mortalidade por câncer de mama foi similar nos dois grupos, segundo os autores.
A pesquisa mostrou também que 22% dos cânceres de mama detectados eram inofensivos, ou seja, não apresentariam sintomas graves nem levariam as pacientes à morte. Isso representa um excesso de diagnóstico para cada 424 mulheres que realizaram o procedimento.
Um estudo com menos participantes (39 mil mulheres) de 2012 feito na Faculdade de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, já havia registrado que cerca de 20% dos diagnósticos por esse tipo de exame eram excessivos.
Segundo os pesquisadores, os resultados não podem ser generalizados a todos os países estão mais alinhados à realidade de países desenvolvidos, onde as pacientes têm mais acesso ao procedimento.
Os autores atestam também que a educação, o diagnóstico precoce e a excelência clínica ainda devem ser defendidos, mas que a mamografia anual não é necessária, já que não reduz especificamente a mortalidade.
Recentemente, médicos do Reino Unido deixaram de solicitar o exame em mulheres consideradas de baixo risco, sem incidência desse tipo de câncer na família.
Em editorial que acompanhou o estudo, o BMJ corroborou os achados. "A realização da mamografia precisa ser revista", escreveram.
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