Sexo casual gay > Para o sociólogo inglês Anthony Giddens, seria
errôneo considerar-se uma orientação para a sexualidade episódica apenas
em termos negativos. Assim como as lésbicas, os gays questionam a
tradicional integração heterossexual entre o casamento e a monogamia.
Ele argumenta que da maneira como é compreendida no casamento
institucionalizado, a monogamia sempre esteve ligada ao padrão duplo e,
por isso, ao patriarcado.
Quando os encontros episódicos não constituem um vício eles são, na
verdade, explorações das possibilidades oferecidas pela sexualidade
plástica. Assim, mesmo que os contatos sejam impessoais e passageiros, a
sexualidade episódica pode ser uma forma positiva de experiência do
cotidiano.
Giddens acredita que a sexualidade gay episódica semelhante à do tipo da
cultura da sauna é o sexo libertado de sua antiga subserviência ao
poder diferencial, e por isso expressa uma igualdade que está ausente na
maioria dos envolvimentos heterossexuais, incluindo os transitórios.
Por sua própria natureza, ela só permite o poder sob a forma da prática
sexual. O único determinante é o gosto sexual. E este, para Giddens,
certamente faz parte do prazer e da realização que a sexualidade
episódica pode proporcionar, quando despojada de suas características
compulsivas.
Trecho de A Cama na Varanda, de Regina Navarro Lins
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