quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Perl


Download Notepad++ 6.6.9









Release Date: 2014-09-07

Notepad++ v6.6.9 new features and bug fixes:
  1. Fix comment command bug that the comment symbols isn't set on the first column for Fortran.
  2. Add python parson for function List.
  3. Make icons' background colour transparent for functionList and projectManager.
  4. New feature: Apply new file default settings on created new file (opened via command line).
  5. Fix colour picker' chooser bug which does not work well.
http://notepad-plus-plus.org/download/v6.6.9.html


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https://code.google.com/p/padre-perl-ide/downloads/list
ELIO GASPARI

O Janeiro Negro do Planalto

Se alguém planejasse, não armaria tantas trapalhadas para que tantas coisas dessem errado em tão pouco tempo
A eleição do deputado Eduardo Cunha para a presidência da Câmara foi apenas um detalhe na trajetória de um governo que parece ter feito uma opção preferencial pela trapalhada. Vale a pena atrasar o relógio.
A doutora Dilma ainda estava de férias e, em seu nome, saiu do Planalto a bala perdida que acertou a testa do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Levou-o a um recuo público desnecessário, apenas humilhante, por causa de um comentário genérico sobre o salário mínimo. Pouco depois, veio outra bala perdida, desta vez na direção do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, por ter dito que os critérios do seguro-desemprego estavam ultrapassados, coisa já anunciada pelo seu antecessor. Isso num governo que pretende carregar a bandeira de uma "Pátria Educadora" e cortou verbas do Ministério da Educação. Deu-se um apagão no sistema elétrico, e o ministro de Minas e Energia prontamente informou que foi um acidente. A área técnica do governo desmentiu-o no ato.
Nenhuma dessas coisas precisava ter acontecido. "Pátria Educadora" é conversa fiada. O Planalto não precisa atirar nos seus próprios ministros. O doutor das Minas e Energia não precisava dizer o que disse. Finalmente, se Eduardo Cunha tinha uma "ascendência irreversível" na Casa, a doutora deveria ter percebido que iria para frigideira com o petista Arlindo Chinaglia. Quem seria preferível para presidir a Casa: um petista, ou qualquer um? Conseguiu-se o milagre de dar conteúdo oposicionista ao doutor Cunha. Se a desarticulação política do Planalto e do PT tornavam a derrota inevitável, o ronco de poder emitido pelo comissariado nas últimas semanas foi apenas uma opção preferencial pela trapalhada. Um miado de leão, rugido de gato.
Essas foram iniciativas equivalentes à do sujeito que resolve atravessar a rua para escorregar na casca de banana da outra calçada. Verdadeira mágica, porque do outro lado da rua havia só a banana de Cunha. Na calçada em que anda o Planalto há cachos. O ano de 2014 fechou com o maior deficit das últimas décadas, desmentindo 12 meses de sucessivas lorotas. A Petrobras teve seu crédito rebaixado e suas ações valem menos que dois cocos em Ipanema. Isso e mais a certeza de que a Operação Lava Jato vai desentranhar as contas do PT. (A regulamentação da Lei Anticorrupção está engavetada há um ano.)
O governo resolveu inflar seus desastres porque, na batalha da comunicação, egocentrismo e megalomania abafam a rotina. Mesmo assim, nem tudo são espinhos. Esse mesmo governo mandou passear o lobby das concessionárias de energia que pretendia espetar na Viúva uma conta de R$ 2,5 bilhões. Mandou passear também os clubes de futebol com suas dívidas de pelo menos R$ 1,5 bilhão. Muito justamente reduziu o crédito estudantil para jovens com desempenho pouco acima do medíocre no Enem. Contrariou os barões das escolas privadas, mas conteve a privatização de seus recursos. Essa batalha ainda não terminou, como ainda não entrou em cena a das operadoras de saúde, começada nos dias das festas de fim de ano.
Resta à doutora Dilma um consolo. Na oposição, a única novidade é que Aécio Neves deixou a barba crescer.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/206850-o-janeiro-negro-do-planalto.shtml
O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,a-republica-como-deficit,1593113O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,a-republica-como-deficit,1593113

A República como déficit

Renato Janine Ribeiro - O Estado de S. Paulo
15 Novembro 2014 | 16h 00

Falta-nos apreço pela ‘coisa pública’, pelo bem comum. Mas não é só o combate à corrupção que vai nos fortalecer. É a radicalização da democracia pelo processo de inclusão




SERGIO CASTRO/ESTADÃO
Lava Jato. Desta vez, a Justiça também mandou prender presidentes de empreiteiras





Até o fim da ditadura militar, a história digamos oficial se esmerava numa autocongratulação do Brasil. A Independência e a Proclamação da República eram algumas das datas marcantes. Tanto que, um dia em 1972, o ditador Médici convocou uma cadeia de televisão para uma declaração importante - e muitos esperaram, ansiosamente, que fosse uma anistia ou o fim de pelo menos parte das sanções odiosas que o governo impunha à sociedade. Não. A solenidade era para informar que Portugal aceitara dar ao Brasil o corpo de Dom Pedro I, até então sepultado no Porto.

Datas, solenidades, desfiles, são vazios se não tiverem um conteúdo forte a preenche-los.

Um pouco depois, quando fui bolsista na França, lembro de ter contado a um amigo estrangeiro como era a ditadura no Brasil. Ele, candidamente, me perguntou: “Mas seu País é uma república?”. Eu me escandalizei, “claro que sim!”, e só depois percebi que república não é só uma palavra, é um conjunto de significados. De fato, há vários anos que opero uma distinção entre democracia e república, que aqui resumo.

República é uma expressão romana (res publica, coisa pública) que designa a finalidade, o propósito de uma organização política. Seu cerne não é como o poder é atribuído no Estado, mas sim para o que ele - ele Estado, ele poder - existe. Já democracia é uma palavra grega que se traduz como “poder do povo” e se refere, sim, ao modo como o poder é atribuído. Só pode ser pelo voto de todos, o que implica que haja sempre uma maioria de pobres. Daí que toda democracia tenha um forte componente social. Não existe, ao contrário do que quis Hannah Arendt, política democrática sem o fator social. Toda democracia conhece a forte demanda dos pobres, da multidão, por uma distribuição melhor da riqueza. Por isso, democracia é mais radical, ou de esquerda, que república. Essa última pode até ser aristocrática. Na verdade, em linhas gerais, a república se aproxima do que chamamos Estado de Direito, enquanto a democracia exige hoje o Estado Democrático de Direito.

São dois conceitos diferentes, mas indispensáveis para o que chamo a boa política de nosso tempo. Ela exige a separação do público e do privado. Por isso, seu inimigo não é a monarquia (uma forma de atribuição do poder, apenas), mas a corrupção e seu sobrinho latino-americano, o patrimonialismo. O governante republicano deve ser austero, honesto, incorruptível. A república também exige a valorização da dimensão pública, e por isso mesmo não cabe numa privatização generalizada, thatcheriana, do âmbito político.

A democracia atual é fecunda. Ela se expande o tempo todo. Constantemente a ONU gera declarações de novos direitos. Aos direitos humanos habituais se somaram outros, específicos para um gênero (mulheres), faixas etárias (jovens e idosos), condições de vida (habitação, saúde) - e isso continua. Em nosso tempo, pela primeira vez na História, a miséria se tornou algo a abolir, e a pobreza também, ainda que numa etapa posterior. Raros são os que defendem, de público, que existam pobres. Mesmo quem aceita a desigualdade social quer que a base da pirâmide tenha um nível de vida acima da pobreza.

Fiquemos na República, que ora se comemora. O regime introduzido em 1889 pode ser chamado de republicano? Representou ele um avanço sobre o Segundo Reinado? No Império, na verdade com Pedro II, tivemos um regime parlamentarista, com partidos nacionais e uma certa liberdade de imprensa. Já a Primeira República, entre 1891 e 1930, foi o reinado incontido das oligarquias estaduais. Provavelmente nunca tivemos regime mais podre no Brasil, tanto pela corrupção dos dinheiros públicos quanto, sobretudo, a corrupção dos costumes. Não havia limites aos desmandos dos oligarcas, federais, estaduais, locais. Talvez esse fato tenha desmoralizado por muito tempo a ideia de república em nosso país. Busca do bem público? Moralidade dos governantes? Um espaço comum acima dos partidos? Não.

Na comparação com o Segundo Reinado, a Primeira República parece até pior. E olhem que as eleições parlamentares do Império eram fraudadas. A monarquia conviveu com a escravatura e acabou junto com ela. Então, quando começa o espirito republicano no Brasil? Terá sido com as conspirações da década de 1920, culminando na Revolução de 1930? Mas os “tenentes” da época, se defendiam a honestidade e, além disso, o voto secreto, eram autoritários. E o governo instituído em 1930 foi ditatorial.

Para resumir, temos pouca experiência histórica tanto de república (a busca do bem comum) quanto de democracia (o povo, os pobres, tomando a palavra). Nossa sociedade não tem tanto respeito pelo direito (o mundo da república) ou pelos direitos sociais (o mundo da democracia). Não é fortuito que, das três grandes profissões tradicionais - advocacia, medicina e engenharia - estejamos vivendo, nestes anos, uma grande decepção com as duas primeiras. Um dia um juiz consegue condenar uma agente de trânsito porque ela lhe disse “o senhor não é Deus”, outro dia um médico, por sinal crítico acerbo do programa Mais Médicos, só assina o ponto na repartição e vai embora em seguida. A grande maioria dessas profissões é honesta, mas qual é a crítica exata a esses profissionais? Qual crítica está sempre presente na indignação com juízes e médicos? É que não visam à coisa pública. É que se apropriam do bem público para uso privado - a carteirada num caso, o dinheiro sem trabalho no outro.

Vamos aqui discutir o que nos falta de república, em seu sentido preciso, o de um Estado que tenha por fim a coisa pública, o bem comum. Seu maior inimigo é a corrupção, mas essa palavra perdeu alcance desde os romanos. Para eles, a corrupção era a dos costumes, em especial, a autocomplacência, a busca dos prazeres, a preferência dada a interesses ou desejos privados. Mulheres, seres dos sentimentos, não seriam capazes de autocontenção, portanto seus gostos - por exemplo, pelo luxo - eram incompatíveis com a austeridade republicana. Isso mudou. O que eles chamavam de corrupção dos costumes, coisa péssima, para nós é liberdade individual (próxima à “liberdade dos modernos”, de que fala Benjamin Constant), coisa ótima. Descartar as mulheres virou preconceito ridículo. Uma peça publicitária, anos atrás, tratou disso com humor: víamos uma mulher enfrentando as dores do parto enquanto uma voz masculina dizia que elas são fracas, não suportam dor, outras bobagens. A república deixou de ser viril. E com isso mudou a coisa pública: não é mais algo transcendente, uma pátria acima de seus componentes, à qual eles se sacrificam, mas o tesouro público, o dinheiro do Estado. Vemos hoje o Estado não como um valor, um ideal, mas só como a caixa do condomínio. Por isso fica difícil, desde meados do século 20, o ideal de morrer pela pátria. Praticamente não faz mais sentido, tanto que os exércitos dos países ricos, os que realmente entram em guerra, são compostos em boa parte de soldados pagos, mercenários. Também por isso, para nós corrupção é só furto. O corrupto é um ladrão. Insisto há anos, com vários outros, que o furto do dinheiro público é mais do que o furto do dinheiro privado, porque mata gente por falta de hospitais, escolas e tudo o mais. Mas essa tese persuade poucos. Talvez por isso a corrupção acabe sendo impossível de extirpar. Existe aqui, mas também nos Estados Unidos, França, Reino Unido, as três pátrias da democracia moderna.

Mas pode ser que o conceito de coisa pública esteja se ampliando numa nova direção - que seria a república se democratizar. Estão se introduzindo na coisa pública, ao longo dos últimos séculos, valores como liberdade, igualdade, fraternidade. Muitos dos que estudaram a República Romana pensam que ela desabou porque não conseguiu resolver a questão social, isto é, a exclusão dos pobres. Quando os senadores assassinaram os irmãos Graco, defensores da reforma agrária, prepararam o caminho para décadas de guerra civil, finalmente levando ao advento do império populista, com Júlio César e Otávio Augusto. As repúblicas modernas passaram ou passam por esse desafio. Estados Unidos e França talvez tenham sofrido mais dores no processo de inclusão social dos deserdados do que no advento de uma república inicialmente patrícia. É a inclusão social que dá sustentabilidade à república. Sem isso, ela pertence só a uma pequena minoria. O Brasil passa hoje por essa crise. Há quem queira manter a república em mãos de poucos, e há os que a querem ampliar. Se a inclusão prosperar, teremos um país desenvolvido, sem miseráveis e mesmo pobres; se não, nada disso.

Há uma série de demandas inicialmente democráticas, como saúde, educação, transporte e segurança, mal atendidas pelo setor público. Quem tem dinheiro paga esses serviços no mercado privado. Quem não tem depende de um Estado que não os fornece em qualidade suficiente. A exigência de qualidade é popular. Nós da classe média e os mais ricos não precisamos do Estado para tanto, mesmo que reclamemos de pagar impostos e ter pouco em troca. Mas essa demanda do povo, dos pobres, do demos grego, se torna condição para a república não morrer. Deixa de ser uma exigência só democrática para se tornar necessidade republicana. É nesse sentido que a corrupção deixa de ser mero furto para se tornar assassinato, à medida que faltam escolas, hospitais, etc. A república falha em sua meta, a coisa pública, porque essa não é apenas o erário, é aquilo para que serve o erário.

A ampliação da coisa pública vem com um fato pouco notado. Até alguns anos atrás, a assistência aos mais pobres era caridade, palavra essa que perdeu valor, ficando associada a uma condescendência de cima para baixo, a algo não sustentável. Os programas de inclusão social iniciados com Itamar Franco, desenvolvidos por FHC e fortemente incrementados nas gestões petistas acabaram com a cesta básica, dada aos mais pobres como uma esmola, que servia aos caciques políticos, sendo substituídos por informação trabalhada em redes. O Bolsa Família é atribuído pelo cruzamento de várias informações, de modo a ser mais justo e, sobretudo, atender a todo o público visado. Narro uma história. Na República Velha, Humberto de Campos, senador e escritor, se impressiona com um leprosário no Maranhão e procura o presidente para pedir-lhe cem contos. Washington Luiz nega: “Nem cinco! Se der para um, todos os Estados hão de querer igual”. Pano rápido. Nas décadas seguintes os governos porão, sim, dinheiro em hospitais e todo o resto, mas muitas vezes a escolha é de sofia: financia-se um ou outro, até por pressões políticas, mas o cobertor não dá para todos. Ora, desde que temos um sistema fortemente informatizado, a meta passa a ser a de atender a todos. Por um lado, há uma focalização da ajuda nos mais necessitados, mas, por outro, nenhum desses deve ficar fora. Essa é a novidade. É o fator técnico que permite que atender a necessidades dos mais carentes, tema tipicamente democrático, se torne um tema republicano. Uma sociedade sem pobres se torna um novo e decisivo conteúdo da res publica.

*

Renato Janine Ribeiro, professor titular de Ética e Filosofia Política da USP, é autor de A Sociedade Contra o Social: o Alto Custo da Vida Pública no Brasil (Companhia das Letras)

http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,a-republica-como-deficit,1593113

Desenvolva estes 6 hábitos e participe da revolução da EMPATIA, por Roman Krznaric

rsz_roman-krznaric-natural-light-12-615x768Roman Krznaric é um pensador cultural e autor do livro Sobre a Arte de Viver.
É fundador e professor da The School of Life. Na Oxfam e na ONU já atuou como conselheiro sobre como usar a empatia e a conversação para criar mudanças sociais. 
Foi eleito pela Observer como um dos melhores filósofos de “lifestyle” do Reino Unido.
“Primeiro, eu achava que só poderíamos mudar a sociedade por meio de partidos políticos. Mas então eu comecei a entender que a melhor forma de transformar a sociedade era mudando a maneira como as pessoas se relacionam” 
Roman Krznaric
Abaixo, trechos de entrevistas de Roman Krznaric  via”Colocar-se no lugar do outro é a verdadeira revolução”

Como você começou a se interessar por empatia?

RK: Três coisas aconteceram. A primeira é que quando eu tinha 25 anos eu fui para a Guatemala e trabalhei com refugiados na selva indígena. Eu vi o sofrimento, a pobreza e a violência. Eles tinham que lidar com isso diariamente. Havia uma Guerra civil acontecendo. E eu percebi que precisava entender vidas que eram diferentes da minha. Isso me abriu completamente para a empatia, ver a pobreza e o sofrimento deles.
A segunda coisa foi na época em que eu era Professor Universitária de Ciências Políticas. Há 10 anos eu, de repente percebi, que a maneira que você muda uma sociedade não é mudando a política, ou partidos, ou leis, é mudando relacionamentos. É através de empatia, através de uma conversa por vez, com as pessoas entendendo as outras.
A terceira coisa que aconteceu comigo, foi que um dia, uns 6 ou 7 anos atrás eu estava pensando em como a morte da minha mãe, quando eu tinha 10 anos de idade, me afetou. Eu percebi que depois que ela morreu, eu perdi a minha vida emocional. Eu não conseguia chorar ou amar, ou me preocupar com as pessoas. Então eu percebi que o meu interesse em empatia vinha de eu tentar recuperar o meu eu empático que perdi quando era criança.

Como você começou a trabalhar com isso? Foi depois da Guatemala?

RK: O que aconteceu é que quando eu percebi que a sociedade muda através da empatia, e não da política, eu parei de dar aulas na Universidade e decidi me dedicar a estudar empatia. E eu comecei a dirigir uma organização para a OxfordMuse e comecei a fazer projetos práticos para fazer a empatia acontecer, projetos de massa.
Eu organizei refeições de conversas, comecei a colocar 100 empresários sentados diante de 100 sem-tetos, coloquei menus de conversação diante deles com perguntas como: – Que tipos de amor você vivenciou? – Como você gostaria de ser mais corajoso? E eram conversas de 2 horas, não aquelas de “speed dating” de 2 minutos.
Foi assim que eu comecei a fazer a empatia acontecer, entre pobres e ricos, jovens e velhos, gente de diferentes religiões. Fiz diferentes projetos para testar a empatia no mundo real.

Você acredita muito que empatia também é uma questão de hábito. Pode descrever pra gente quais são os principais hábitos?

RK:
1)    Cultive a curiosidade diante dos estranhos.
As pessoas altamente empáticas têm uma curiosidade enorme sobre o outro. Eles conversam, por exemplo, com a pessoa sentada ao lado deles no ônibus, como se tivessem aquela curiosidade de criança, aquela curiosidade que a sociedade é tão boa em tirar da gente. Eles acham as outras pessoas mais interessantes do que eles mesmos. O historiador oral Studs Terkel diz: “Não seja um examinador, faça perguntas e mostre interesse”
 2)   Desafie preconceitos e procure coisas em comum
Nós todos temos “achismos” e sempre colocamos rótulos nas pessoas: “fundamentalista islâmico” “do lar”, entre outros. Isso nos faz deixar de apreciar a particularidade de cada pessoa. As pessoas altamente empáticas procuram passar por cima dos preconceitos e tentam encontrar algo em comum com outros, em vez de segregá-los.
 3)   Tente viver a vida de outra pessoa
As pessoa altamente empáticas desenvolvem a empatia tentando viver a vida de outra pessoa. Como diz o provérbio americano “ande uma milha com o mocassim de uma pessoa, antes de criticar a vida dela”
O George Orwell é a maior inspiração para isso. Ele se vestiu de mendigo e morou junto a eles em Londres, para depois escrever “Down and Out in Paris and London” e mudar suas crenças, prioridades e relacionamentos.
 4)   Ouça muito e se abra
É necessário, para que você seja uma pessoa altamente empática, que consiga ouvir o outro e tentar entender o que ele está sentindo naquele exato momento, seja um amigo que acabou de ser diagnosticado com câncer, ou o seu companheiro que está bravo por ter que trabalhar até tarde de novo.
Mas, ouvir apenas não é suficiente. Temos que nos fazer vulneráveis, remover as nossas máscaras e revelar os nossos sentimentos para criar um laço com as pessoas.
 5)   Inspirar ações de massa e a mudança social
A empatia também pode ser um fenômeno de massa e pode trazer a mudança social.
As redes sociais tem que aprender a espalhar não apenas informação, mas também conexão empática.
 6)   Desenvolva uma imaginação ambiciosa
Precisamos desenvolver empatia não apenas com pessoas marginalizadas, mas também com pessoas com crenças diferentes das nossas, ou com os nossos “inimigos”.
Se você faz campanha para diminuir o aquecimento global, que tal tentar se colocar no lugar de um executivo de uma petrolífera?
Empatizar com a adversidade também é um caminho para a tolerância social. Foi isso que Ghandi passou durante os conflitos entre muçulmanos e hindus, que levou à independência da Índia, em 1947, quando ele declarou: “eu sou um muçulmano, eu sou um hindu, eu sou um cristão, eu sou um judeu.”
Segundo Roman Krznaric em seu artigo Empathy Heroes: 5 People Who Changed the World By Taking Compassion to the Extreme, São Francisco de Assis foi um dos 5 grandes nomes de pessoas que mudaram o mundo através de atos de extrema compaixão derivados da verdadeira empatia
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São Francisco de Assis
No ano de 1206, aos 23 anos, Giovanni Bernadone, filho de um rico comerciante, fez uma peregrinação à Basílica de São Pedro, em Roma. Ele não pôde deixar de notar o contraste entre a opulência e prodigalidade dentro-os mosaicos brilhantes, as colunas-e em espiral a pobreza dos mendigos sentados do lado de fora. Ele convenceu um deles para trocar de roupa com ele e passou o resto do dia em trapos pedindo esmolas. Foi uma das primeiras grandes experiências de empatia na história humana. Este episódio foi um ponto de viragem na vida do jovem. Ele logo fundou uma ordem religiosa cujos irmãos trabalhavam para os pobres e leprosos, e que desistiu de seus bens materiais para viver na pobreza como aqueles que serviram. Giovanni Bernadone, conhecido por nós agora como São Francisco de Assis, é lembrado por declarando: “Concedei-me o tesouro da pobreza sublime: permitir que o sinal distintivo do nosso fim de ser que ele não possui nada de sua própria sob o sol, para a glória do seu nome, e que não tem nenhum outro patrimônio do que mendigar. “
“Josep Benlliure Gil43″, de José Benlliure y Gil. Crédito da foto Wikimedia Commons .
Fragmento do original:  Empathy Heroes: 5 People Who Changed the World By Taking Compassion to the Extreme

http://www.contioutra.com/6-habitos-para-desenvolver-verdadeira-empatia-por-roman-krznaric/
Regina Nvarro Lins


Amor no cérebro > “Quando duas pessoas consideram-se atraentes, seus corpos estremecem sob um jato de FEA (feniletilamina), molécula responsável pela aceleração do fluxo de informações entre as células nervosas. Substância química semelhante a uma anfetamina, a FEA mergulha o cérebro em um frenesi de excitação, por este motivo nós, amantes, nos sentimos eufóricos, rejuvenescidos, otimistas, cheios de energia, felizes por passarmos a noite inteira conversando ou fazendo sexo durante horas a fio.

Visto ser a sensação de velocidade um vício, inclusive aquela produzida naturalmente pelo corpo, algumas pessoas tornam-se aquilo que Michael Liebowitz e Donald Klein, do Instituto de Psiquiatria de Nova York, chamam de “viciados em sedução”, desejosas de um relacionamento romântico para que possam sentir-se entusiasmadas com a vida. O desejo lança-as de alto a baixo, em um ciclo exaustivo e divertido de excitação e depressão.”

Trecho do livro Uma história natural do amor, de Diane Ackerman

http://www.twitlonger.com/show/7rte0i

Até que ponto vale a pena insistir em uma relação problemática?

Heloísa Noronha
Do UOL, em São Paulo
24019
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  • Miki/UOL
    É preciso avaliar quando um parceiro está prejudicando a sua vida É preciso avaliar quando um parceiro está prejudicando a sua vida
Todos nós temos defeitos. E, para fazer uma relação afetiva dar certo, precisamos aprender a lidar com eles –os nossos e os do par. Alguns tipos de comportamento, porém, costumam não só testar os limites da paciência como transformam a rotina diária em um verdadeiro campo minado. As atitudes do parceiro problemático acabam prejudicando a vida do casal de uma forma que, em muitos casos, ela se torna insustentável.
Cabe à parte mais equilibrada emocionalmente decidir se segue ou não em frente com a história. Não estamos falando aqui de casos que envolvem problemas de saúde, como depressão e dependência química ou alcoólica, mas, sim, de questões como endividamento, consumismo, mania de grandeza, dependência excessiva dos pais. Perturbações que, em princípio, podem ser toleráveis, mas que, com a convivência, passam a envenenar os envolvidos. Muitos casos podem ser revertidos ou tratados, mas a pessoa precisa querer mudar.
Para a terapeuta de casal e psicopedagoga Mônica Hoehne Mendes, de São Paulo (SP), conviver com uma pessoa problemática é bastante complexo. "Sugiro, antes de mais nada, perguntar a si mesmo qual a disponibilidade e estrutura emocional que se tem para conviver com as questões do outro", diz. Como exemplo, ela cita alguém que tem dificuldade para se manter no emprego, pois está sempre sonhando alçar voos maiores: quem vive com essa pessoa tem ou quer ter condições e disposição para bancar a vida a dois?
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Oito sinais revelam que você está em uma relação só por comodismo9 fotos

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Você vive mesmo um relacionamento satisfatório ou ao avaliar o assunto de maneira sincera acaba pesando prós e contras que nada têm a ver com o amor? Especialistas apontam as situações mais comuns que indicam que o comodismo tomou conta da sua vida amorosa (e que o futuro do seu relacionamento depende de circunstâncias que não incluem, necessariamente, o afeto). Por Heloísa Noronha, do UOL, em São Paulo Bianca Lucchesi/UOL
Os problemas nem sempre causam incômodo no início do relacionamento, quando tudo é movido pela atração e pela emoção. Com o arrefecimento da paixão, a relação entra em uma rotina e os casais precisam encarar as mazelas do dia a dia. O encantamento some e cede lugar à realidade, revelando os defeitos. Ceder e aprender a lidar com parte menos bonita do par é primordial para a convivência, mas quando há questões como consumismo desenfreado e pavio curto, altas doses de abnegação, compreensão e doação serão exigidas.
A tolerância é elástica, ainda mais porque, de acordo com a psicóloga Heloisa Schauff, de São Paulo (SP), a maioria de nós busca por um par. "Preferimos fazer parte de um casal a estarmos sós. Por isso que, mesmo percebendo que a relação não está legal, muitos ficam unidos. As pessoas cultivam a fantasia de que seu amor e dedicação podem mudar o outro, e que, assim, conseguirão adaptá-lo ao seu mundo", fala.
Para a psicóloga e sexóloga Jussania Oliveira, de Americana (SP), o ser humano é extremamente adaptável e dotado de inteligência suficiente para ser capaz de reconhecer quando e por quais motivos precisa mudar. "Mas o maior empecilho é, na maioria das vezes, desejar de fato essa mudança. É necessário muita disciplina e determinação para conseguir o êxito", fala.
Não ter recebido uma educação com limites na infância gera consequências desastrosas para a vida a adulta, como a dificuldade de se livrar de comportamentos prejudiciais aos outros. "Por isso é bom sempre avaliar a importância do relacionamento em sua vida, para analisar se vale a pena o investimento no parceiro, uma vez que os resultados podem ser demorados e, em alguns casos, frustrantes", diz Jussania.
Getty Images

Seu relacionamento dá sinais de que acabou?

Descubra se a sua relação ainda tem chances de dar certo fazendo o teste elaborado com a consultoria de Frederico Mattos, psicólogo clínico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e autor do livro "Como Se Libertar do Ex" (Matrix Editora).

A psicóloga e psicodramatista Adelsa Cunha, co-organizadora do livro "Por Todas as Formas de Amor – O Psicodramatista Diante das Relações Amorosas" (Ed. Ágora), lembra que as pessoas mudam, sim, mas não de acordo com as expectativas alheias. "Elas podem melhorar, mas não se transformam em outras pessoas. O comportamento aprendido, o temperamento e a dinâmica emocional podem ser melhor administrados, mas não abandonados", explica.
O recomendável, quando o par problemático resolve passar por um processo de mudança, é apoiá-lo e aceitá-lo como ele é hoje, sem a ilusão de que mudará radicalmente. "Mas lembre sempre de se questionar: 'eu quero que o outro mude, mas e eu? Qual é a minha parte nisso?'. Sua conduta também vai ter de ser modificada", diz Heloisa Schauff.
Segundo os especialistas, a pessoa deve investir até onde acreditar que pode dar certo. Esgotadas todas as possibilidades, talvez seja a hora de colocar o amor próprio em primeiro lugar e partir para outra. É importante considerar, por exemplo, o quanto o comportamento do outro vem prejudicando sua vida, os reais sentimentos e se, apesar de todos os seus esforços e sua compreensão, a pessoa não faz nada para mudar.

Esse rompimento, no entanto, deve ser gradual, de acordo com Mônica. "Se você entrou na relação e durante um tempo conviveu com um parceiro problemático, precisa ter consideração na hora de partir. É preciso explicar que tentou de todas as formas, que acreditava que poderia suportar as fragilidades alheias, mas que a convivência se tornou insustentável. Não simplesmente para fazer a mala e ir embora. A separação precisa ser construída, para que a pessoa que será deixada não fique ainda mais desestruturada", fala a terapeuta.

http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/11/07/ate-que-ponto-vale-a-pena-insistir-em-uma-relacao-problematica.htm#fotoNav=1

Por que roqueiros dos anos 80 se tornam neoconservadores?

maio 18, 2014 15:46

O paradoxo para essa geração niilista e hedonista herdeira do trauma da cultura hiperinflacionária é que o fim do mundo não aconteceu. Depois de 30 anos muita coisa mudou no Brasil que o espaço aqui dessa postagem não permite descrever
Por Wilson Roberto Vieira Ferreira, do Cinegnose
rock 80Fazendo caras feias e rostos vincados, roqueiros dos anos 80 se zangam e protestam dizendo que 30 anos depois, nada mudou no País. Artistas e bandas de rock que na década de 1980, inspirados no punk e pós-punk, se opunham ao regime militar e reivindicavam pelas Diretas Já e democracia. Hoje, queixam-se para uma mídia ávida por declarações conservadoras não só contra o Governo e o PT, mas  contra a própria instituição da Política e dos políticos. Por que só depois de 30 anos descobriram que o País “só patina ou piora”? Oportunismo em meio de carreiras em declínio? Forma de ganhar visibilidade midiática adotando o neoconservadorismo? Talvez a explicação não seja tão simples: por trás do niilismo e pessimismo fashion desses roqueiros talvez exista a repetição do trauma de uma geração que cresceu sob o impacto da cultura hiperinflacionária dos anos 80. Presos a essa cena de décadas atrás, de contemporâneos tornaram-se extemporâneos.
Em foto promocional do 18° discos dos Titãs, o grupo posa com caras de maus e vestidos de preto sobre lambretas. “São as caras feias de um Brasil que, vira e mexe não muda”, dá legenda o jornal O Globo. E na matéria o guitarrista (e colunista do próprio jornal) Tony Bellotto, 53, fuzila: “é uma merda pensar como o Brasil há 30 anos ou patina, ou piora”.É recorrente a leva de roqueiros dos anos 80 como Lobão, Roger, Dinho Ouro Preto, Léo Jaime entre outros que não só desfilam opiniões catastrofistas e de descrédito não só ao Governo Federal e ao PT, mas em relação à própria instituição da Política em redes sociais e grande mídia.
A ânsia em se portarem como críticos politicamente incorretos algumas vezes beira ao protofascismo como no episódio da “pegadinha” do colunista da Folha Antônio Prata que, simulando ter aderido ao neoconservadorismo, escreveu sobre uma suposta conspiração de “gays, vândalos, negros, índios e maconheiros” no Brasil do PT. O roqueiro Roger do “Ultraje a Rigor” caiu na “pegadinha” e no twitter congratulou o articulista por “ter culhões”. Roger não entendeu a ironia, na ansiedade de fazer parte da onda neoconservadora na grande mídia.
Em todos esses roqueiros sobreviventes dos anos 1980 dois traços em comum: a carreira em baixa por não conseguirem se reinventar e a paralela conquista de espaços na grande mídia como colunistas de revistas e jornais, repórteres de programas vespertinos como Vídeo Show da TV Globo, banda de apoio a talk showsde stand ups neoconservadores ou jurados de reality show musicais. E os espaços alternativos que ganham na grande mídia crescem na proporção direta em que se expõem como estrelas neoconservadoras que participam da grande editoria que unifica a todos: “o Brasil é uma merda!”.
Para quem foi contemporâneo dessa geração como esse autor que traça essas linhas, é a princípio surpreendente esse posicionamento neoconservador. Uma geração cujas bandas participavam de programas alternativos de TV como Perdidos da Noite (1985-89) de Fausto Silva ou Fábrica do Som (1983-84) do vídeo maker Tadeu Jungle onde exibiam músicas furiosas e discursos críticos contra a ditadura militar e reivindicações viscerais pelas Diretas Já e a democracia na Política.
O que é marcante nesse discurso neoconservador é não só o ódio pelo PT, mas, principalmente, a descrença niilista da própria instituição da Política e da representatividade partidária pela qual reivindicaram há 30 anos.
Como explicar essa guinada ideológica de artistas e bandas de rock que, embalados pelos ventos do punk e pós-punk que sopravam da cultura pop, usaram essa força estética para protestarem contra o regime autoritário e a restrição a eleições diretas para presidente? E também como explicar por que só depois de 30 anos descobriram que o Brasil “ou patina, ou piora”?
Oportunismo? Artistas decadentes que procuram um lugar ao sol da grande mídia conservadora quando veem que suas carreiras estão em declínio? Acredito que a resposta talvez não seja assim tão simplista, mas resida no perfil psicocultural de uma geração que cresceu sob o impacto da hiperinflação da década de 1980
A cultura da hiperinflação
Ainda está por ser escrita uma história do legado que a cultura hiperinflacionária desse período deixou como mácula para toda uma geração. E essa história poderia começar a ser escrita a partir da forma como os expoentes artísticos dessa geração se entregam atualmente e de forma tão voluntariosa à onda neoconservadora e retrofascista que está em crescimento no País com linchamentos, ódio, intolerância e a sedução por “soluções finais” do tipo “golpe militar” ou “colocar uma bomba no Congresso”
A Nova República que se instalou no Brasil no início de 1985 deveria ser o princípio de uma transição democrática com o fim do regime militar. Mas o resultado foi que o País chegava a 1990 com inflação de 82% ao mês e aos inimagináveis 4.922% ao ano. Na atualidade, jovens na faixa dos 20 anos não conseguem imaginar o que era em um país onde o dinheiro que se tinha só dava para comprar a metade do que se poderia adquirir 30 dias antes.
overnight (aplicação financeira que rendia taxas de juros diárias, e não mensais como habitualmente acontece hoje em dia) que acabou virando referência para o aumento dos preços virou o símbolo de uma cultura do “salve-se quem puder”, da ausência de expectativas em relação ao futuro e do viver cada dia como se fosse o último.
Partindo dos estudos das relações entre cultura e inflação feitas pelo cientista político Elias Canetti, Bernd  Widdig no seu livro Culture and Inflation in Weimar Germanypropõe um interesse enfoque cultural do dinheiro ao propor uma “semiótica da cultura inflacionária”. Tomando como objeto de análise a histórica hiperinflação da Alemanha no período entre guerras ela vai afirmar que a linguagem do dinheiro é o mais importante medium através do qual a sociedade moderna se comunica. O que acontece quando esse medium perde a confiabilidade e parte-se em pedaços? Que espécies de ansiedades são criadas? Quais energias antes ocultas são liberadas?
Canetti no seu curto ensaio Inflation and The Crowd discorre sobre três dinâmicas culturais inter-relacionadas: a circulação, massificação e depreciação como componentes de um sentimento geral de degradação de si mesmo: quanto maior a aceleração da circulação do dinheiro, mais se incrementa o sentimento de massificação (efeitos de manada, pânico etc.) e tanto maior a depreciação não apenas monetária, mas do próprio indivíduo e do futuro, criando uma razão cínica niilista e hedonista.
Por isso, na crise hiperinflacionária acaba-se criando uma paradoxal convivência de perdedores, poderosos, luxo e ostentação, um mix traumático que acabou produzindo na Alemanha tanto as vanguardas artísticas como o nazifascismo.
Dez anos a mil
No Brasil, psicanalistas como Jurandir Freire Costa em seu texto Narcisismo em Tempos Sombrios de 1988 fazia um diagnóstico do que ele chamou de “pânico narcísico”: o fortalecimento de uma cultura da razão cínica marcada pelo niilismo (a negação do futuro) e hedonismo (a busca de um eterno presente de prazer imediatista e descompromissado). A hiperinflação corroía todas as esperanças de que a transição para a democracia naturalmente levaria o País para o melhor dos mundos.
A poética das bandas de rock dos anos 80 reflete esse cinismo em relação ao futuro em versos como “é melhor viver dez anos a mil do que mil anos a dez” (Décadence Avec Élégance do Lobão) ou “devemos nos amar como se não houvesse amanhã” (Pais e Filhos do Legião Urbana) ou o niilismo do Barão Vermelho em Ideologia.
O Punk e o pós-punk chegam atrasados no Brasil (a virada punk dos Titãs com o disco Cabeça Dinossauro ocorre dez anos depois da explosão pop dos Sex Pistols). A estética “No Future” ou “DIY” (Do It Yourself – faça você mesmo) do punk é despolitizada e incorporada à atmosfera sombria de descrença em relação ao futuro e das próprias instituições políticas: “Ladrão por ladrão, vote no Faustão”, caçoava Fausto Silva no programa Perdidos na Noite enquanto a banda Titãs tocava “Lugar Nenhum” – “Não sou brasileiro, não sou estrangeiro. Sou de lugar nenhum”.
Nessa específica edição do Perdidos na Noite, questionados pelo apresentador Fausto Silva sobre a preferência de candidatos à presidência, os componentes dos Titãs se revezam entre a indiferença e o cinismo ao propor como candidatos Hermeto Paschoal e Jorge Mautner – veja vídeo abaixo.
Dilemas de uma geração
Se a depreciação e massificação produzidas pela hiperinflação alemã na cultura produziu a despolitização (a descrença em relação às instituições de representação e negociação política) que resultou na sedução pelas “soluções finais” e pelo nazifascismo, no Brasil a descrença generalizada na Política nos trouxe o sebastianismo do “caçador de marajás”: a aposta suicida em alguém “diferente de tudo que está aí” e sedução por soluções diretas e sem negociações, representada pela figura trágica de Collor de Mello.
O paradoxo para essa geração niilista e hedonista herdeira do trauma da cultura hiperinflacionária é que o fim do mundo não aconteceu – afinal de contas, o fim do mundo não foi o fim do mundo, parafraseando a música do Lobão. Depois de 30 anos muita coisa mudou no Brasil que o espaço aqui dessa postagem não permite descrever.
Mas o psiquismo dessa geração parece ainda estar preso na cena traumática do passado, repetindo ainda 30 anos depois na cabeça a mesma cena da depreciação, do niilismo e do cinismo. Todos esses roqueiros, agora traduzidos como “neoconservadores”, parecem conviver com os seguintes dilemas:
(a) o mundo não acabou, o País mudou, mas ainda tentam manter o discurso da revolta cínica e desesperançada com a qual chegaram ao estrelato na cultura da hiperinflação da década de 1980.
(b) suas carreiras começaram a entrar em declínio por não conseguirem se reinventar diante da mudança de cenário social e político. De contemporâneos tornaram-se extemporâneos.
(c) por isso, tornaram-se presas fáceis para o discurso neoconservador atual alimentado pela grande mídia. Em cada coluna de revista, artigo ou declaração para a grande mídia ávida por confirmar sua pauta primordial (o Brasil é uma merda!), seus discursos extemporâneos são repetidos como farsa, como repetição neurótica da velha cena do trauma localizada há 30 anos.

http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/05/por-que-roqueiros-dos-anos-80-se-tornam-neoconservadores/

Psicoterapeuta critica consumismo e vaidade de 'executivos ostentação'

14/12/2014 - 02h02
| ANDRÉ CABETTE FÁBIO
DE SÃO PAULO
6,6 mil10366
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Acostumado a atender empresários de sucesso, o psicoterapeuta Flávio Gikovate tem um alerta para quem sonha com riqueza: "felicidade tem pouca relação com o dinheiro e os bens materiais, a não ser no que diz respeito à satisfação das necessidades básicas da pessoa".
Autor do livro "Mudar –Caminhos para a Transformação Verdadeira" (MG Editores), ele diz que os mais bem-sucedidos no Brasil são "muito mais elitistas e segregadores do que em outros países mais desenvolvidos".
Competição excessiva, consumismo e isolamento são problemas desse público.
Jorge Araujo/Folhapress
O psicoterapeuta Flávio Gikovate, para quem competição demais destrói laços de amizade
O psicoterapeuta Flávio Gikovate, para quem competição demais destrói laços de amizade
Veja abaixo reflexões do psicoterapeuta sobre as ciladas pessoais em que empresários de sucesso caem.
EQUIPE DE FOMINHAS
O custo da competição é danoso para a empresa e para os funcionários sempre que ela vier prejudicar demais o clima de cooperação.
É como num time de futebol: todos querem se destacar, ganhar espaço, ir para a seleção; porém, antes de mais nada é preciso que o grupo consiga ser organizado e cooperativo para que bons resultados beneficiem o grupo como um todo, criando condições para que os mais talentosos acabem por se destacar mais naturalmente.
Esse é o maior desafio, empreitada difícil no esporte competitivo de caráter coletivo e também numa empresa.
O custo pessoal quando o ambiente é essencialmente competitivo tem a ver com o estresse e o esfacelamento dos elos de amizade e companheirismo que tão bem fazem a todos os humanos, especialmente àqueles que passam mais de um terço de suas vidas no ambiente de trabalho.
ESPELHO, ESPELHO MEU
O consumismo é um outro tipo de competição um tanto vazio, posto que os prazeres ligados ao consumo exagerado só costumam ter a ver com a vaidade e não com o real usufruto de determinados bens.
A vaidade tem a mesma origem etimológica que "vão", ou seja, "vazio": trata-se de algo efêmero e um tanto pobre em termos de resultado para a autoestima da pessoa e também para a efetiva felicidade, ou seja, para um bem estar razoavelmente estável e duradouro.
Essa competição envolve não apenas os executivos mas suas famílias e principalmente os empresários, que cada vez mais desejam se destacar pelo que consomem ao invés de se orgulharem do que são capazes de produzir.
Além disso, o consumo é sem fim, de modo que sempre ficam faltando coisas mesmo para os que compram de modo compulsivo.
Quando penso nisso, lembro do Epiteto (filósofo romano do início da Era Cristã) que dizia: "rico não é quem tem tudo e sim aquele que não deseja nada".
Felicidade tem pouca relação com o dinheiro e os bens materiais, a não ser no que diz respeito à satisfação das necessidades básicas da pessoa.
DINHEIRO NÃO COMPRA
Não tenho visto a saúde negligenciada em termos de visita ao médico: em muitas empresas os exames regulares são mais ou menos obrigatórios.
Mas percebo uma certa negligência nas medidas preventivas, ou seja, na prática regular de exercícios, no consumo de alimentos saudáveis e uma vida mais serena e com menos ambição e estresse.
Isso tem a ver até mesmo com o estilo de vida, muitas vezes envolvendo viagens, refeições em restaurantes em horários não tão recomendados, ingestão de bebida alcoólica em dose um tanto exagerada até mesmo para conseguir relaxar...
BRIGA PELO TRONO
A rivalidade entre pai e filho homem competente é quase que inevitável. É um tipo de tensão que nasce com a criança, uma vez que a mãe é objeto de amor de ambos!
Afora isso, é claro que os empreendedores têm muita dificuldade de abandonar o comando do barco, mesmo quando o filho está pronto para assumir suas funções; a única solução é a transferência da função executiva para o filho, sendo que o pai se retira para um conselho (real ou fictício), passando a agir mais como um observador, dando sugestões e conselhos quando achar necessário.
Isso atenua o conflito, mas não faz com que desapareça completamente, posto que ainda assim existirão tensões. São poucos os que conseguem esse convívio com razoável harmonia e respeito mútuo.
É bem mais fácil quando o pai tem outros interesses e consegue ir se desligando da empresa e se dedicando a suas outras atividades; porém, essa não é a regra, posto que os mais bem sucedidos não costumam ser pessoas ricas em hobbies.
MEU CASTELO, MINHA VIDA
As condições de segurança pública fazem com que quase todas as pessoas com boa condição financeira no Brasil se protejam contra assaltos vivendo dentro de muralhas, exatamente como eram as cidadelas na Idade Média.
Condomínios fechados cercados por altos muros e com portaria rigorosa são a regra em países onde a desigualdade social é grande e onde o nível cultural e ético é baixo (Brasil, África do Sul...).
Afora isso, no nosso país o sucesso raramente desperta admiração, sentimentos positivos (como é o usual nos Estados Unidos) e sim hostilidade e inveja.
Em virtude disso, as pessoas mais bem sucedidas também se afastam de seus antigos amigos e mesmo de certos parentes.
A vida se torna mais rica, porém bastante menos interessante e interativa do que a qualidade de vida dos que vivem em bairros mais populares.
Em cidades como Londres, Paris e Nova York os mais ricos e bem sucedidos também andam a pé, vão aos cinemas e esperam na fila como todo o mundo.
Os mais bem-sucedidos aqui no Brasil gostam sempre de tratamento diferenciado, de modo que detestam filas, não vão ao cinema por ser atividade muito popular. Em uma frase, são muito mais elitistas e segregadores do que em outros países mais desenvolvidos culturalmente.

Assim, nem todo o "encastelamento" tem a ver com segurança; uma parte do processo diz respeito ao gosto mais forte de viver uma vida elitizada, mais distante da grande maioria da população.

http://classificados.folha.uol.com.br/negocios/2014/12/1561876-psicoterapeuta-critica-consumismo-e-vaidade-de-executivos-ostentacao.shtml

Google elege os melhores apps do ano para Android

Por Redação Olhar Digital - em 01/12/2014 às 17h00



Como é de costume, a Google Play liberou a lista com os melhores aplicativos do ano. São 67 opções de apps de jogos, notícias, entretenimento e outras categorias. Confira abaixo as escolhas da loja de apps do Android para 2014:
1. Wunderlist
Organizador que ajuda usuários a criar listas de tarefas, compromissos e notas.  O app permite compartilhar os documentos criados, adicionar tags para organizar cada uma das tarefas e inserir PDFs e imagens.
2. TED

App oferece ao usuário mais de 1.700 vídeos de palestras da famosa fundação de especialistas de diversas áreas e nacionalidades.

3. Teclado SwiftKey + Emoji

SwiftKey é um teclado alternativo para Android que permite que o usuário digite rapidamente mensagens de texto, SMS, e-mails e chats. Ele possibilita a inclusão de emojis e é compatível com mais de 60 idiomas.

4. Lumosity

Aplicativo desenvolvido por neurocientistas que traz atividades para desenvolver a memória e treinar a atenção.

5. Wish

Shopping virtual que permite a comparação de preços de diversos produtos.

6. Shazam

Software identifica músicas e programas de TV em execução através de trechos.

7. IFTTT
Permite criar conexões usando declarações do tipo "se isso acontecer, então faça aquilo". O app combina duas contas de diferentes sites ou redes sociais para que sejam executadas juntas.

8. Over

Editor de imagens para a inclusão de textos nas fotos.

9. Groupon

Aplicativo de e-commerce local que promete entre 50% e 70% de desconto em produtos e serviços.

10. Locket Lock Screen

Possibilita ao usuário escolher o que vai aparecer na tela de fundo. É possível selecionar, por exemplo, as principais manchetes de jornais de temas selecionados.

11. Timehop

Espécie de "máquina do tempo" para o usuário resgatar conteúdo antigo da linha do tempo. É possível selecionar datas exatas e voltar dias, meses e até anos.

12. Yahoo News Digest

App com as principais notícias do portal Yahoo.

13. EyeEm

Editor de imagens que traz 20 opções de filtros.

14. Sunrise Calendar

App unifica compromissos do Google, iCloud e Exchange.

15. Afterlight

Editor de imagens que oferece 59 filtros, 66 texturas e 15 ferramentas de ajuste de itens como contraste e brilho.

16. Buzzfeed

App traz os principais destaques do site de variedades Buzzfeed.

17. Facetune

Editor de imagens focado em selfies que permite penas correções e ajustes.

18. musiXmatch

Player que exibe a letra das músicas que estão sendo reproduzidas.

19. Expedia Hotels & Flights

App que oferece ofertas de viagens, vôos e hoteis.

20. Todoist
Permite a criação de listas de tarefas e pode ser sincronizado em celulares, tablets e PCs.

21. djay2
Pode se integrar com Spotify, a biblioteca do Play Music e as músicas do dispositivo e permite que o usuário mixe as faixas.

22. Link Bubble Browser

Opção de navegador que agiliza a leitura de conteúdos.

23. TuneIn Radio
Oferece mais de 100 mil rádios e 4 milhões de podcasts de temas variados.

24. The Economist Espresso

Aplicativo traz toda manhã um editorial do jornal The Economist.

25. DramaFever
Software possibilita que o usuário assista a filmes, programas de TV e séries.

26. MAPS.ME Pro - offline maps
Com o app é possível visualizar ruas e destinos sem utilizar a conexão da internet.

27. OkCupid Dating
Aplicativo do site de namoro online.

28. Uber
Com o Uber é possível solicitar táxis via celular, comparar tarifas e pagar com cartões.

29. CNN Breaking US& Worldwide

Aplicativo traz as últimas notícias dos EUA e do mundo.

30. Onefootball
Plataforma com as notícias de futebol do dia. Ele permite selecionar um time favorito e traz estatísticas e artigos em tempo real das principais ligas do mundo.

31. Carousel
Galeria que permite visualizar todas as fotos salvas no Dropbox. O app sincroniza automaticamente os arquivos.

32. Anywayanyday: Flights Hotels
App para quem deseja comprar passagens aéreas e reservar hoteis.

33. SlideShare Presentations

Programa oferece mais de 15 milhões de apresentações criadas no SlideShare de diversos temas.

34. Duolingo Test Center
App para certificar sua proficiência no inglês.

35. NY Times Breaking News

Aplicativo que traz os últimos destaques do jornal NY Times.

36. Secret
Plataforma que permite a publicação anônima.

37. SoundHound
App capaz de identificar músicas pelo trecho reproduzido.

38. edjing DJ Mixer Music Player
Com o edjing DJ o usuário pode mixar faixas. É possível sincronizar contas do Deezer e do Spotify.

39. Craftsy Classes
Traz mais de 500 aulas online de fotografia, decoração do bolo, culinária, pintura, desenho, quilting, tricô, costura, entre outros.

40. Mailbox
App une e-mails de diferentes contas em uma plataforma só.

41. 5by
Oferece mais de 100 canais de vídeo e funciona como uma rede social: nele é possível conversar sobre os arquivos audiovisuais e encontrar amigos com os mesmos interesses.

42. Dailymotion
Com esse app é possível acessar todo o conteúdo de vídeos da plataforma Dailymotion.

43. LINK
Rede social permite a criação de perfis e possibilita a busca por região.

44. minube

Reconhece a localidade em que cada uma das fotos do álbum do usuário foi tirada e permite a inserção de textos e mapas.

45. Equalizer
Permite a equalização de músicas em 10 definições disponíveis baseadas em gêneros musicais.

46. Criador de Vídeos- Colagem
Ajuda a criar montagens de vídeos com diversas fotos.

47. Frontback
Capta e compartilha imagens das câmeras frontal e traseira do celular rapidamente, unindo-as.

48. Obscure
Funciona nos mesmos moldes do Snapchat. Além de permitir fotos enviadas com adesivos e textos incluídos, deixa os destinatários solicitarem a foto original.

49. Google Fit
Ajuda o usuário a realizar e monitorar atividades físicas, exibe recomendações de atividades e permite a definição de metas.

50. lettrs
Permite a criação de cartas e mensagens de voz e o compartilhamento via e-mail, Facebook, Linkedin, Twitter e Instagram.

51. Monki Chinese Class
O app traz lições de chinês para crianças em 3 níveis de dificuldade.

52. Telegram
Aplicativo de mensagens que funciona como o WhatsApp.

53. Samba: Vídeos + Reações
Para o usuário enviar vídeos aos amigos e gravar suas reações.

54. (OFFTIME)
Com o (OFFTIME) é possível restringir o acesso a todos os aplicativos, além de criar perfis que bloqueiam chamadas, mensagens e notificações.

55. Child Mode & Time Education
Funciona de duas maneiras: bloqueia determinados aplicativos e funções do celular e oferece um timer para que o tempo de jogo das crianças seja controlado.

56. Rundavoo

Agenda de tarefas coletiva. Através dela é possível organizar as atividades com amigos, família e colegas de trabalho.

57. Univision Deportes

Traz as principais informações da cobertura espanhola de futebol, Fórmula 1, boxe e outros esportes.

58. Skype Qik
Com o Skype Qik é possível enviar aos amigos vídeos curtos.

59. Viadeo
Trata-se de uma rede social profissional.

60. Camera ZOOM FX
Adiciona à câmera do Android diversos recursos e melhora a qualidade das fotos tiradas.

61. Bitmoji
Permite que o usuário crie seu próprio emoji.

62. Ultimate Guitar Tabs & Chords
Com esse app é possível acessar partituras e acordes para violão e ukulelê, além das letras das músicas.

63. Golfshot: Golf GPS
Traz mapeamentos GPS de campos de golfe, informações sobre o tempo e cartões de pontuação.

64. Amazing World Atlas
App desenvolvido para crianças com idade entre 9 e 11 anos. Ele mostra os principais mapas do mundo de maneira divertida e interativa.

65. Watchup
Reúne as principais notícias em vídeo para o usuário, baseado em seus interesses e canais de notícia favoritos.

66. Windfinder
Traz informações sobre o vento, ondas, tempo e marés global para kitesurf, windsurf e surf.

67. Strive
Aplicativo para quem procura empregos. Com o app é possível filtrar locais, áreas e cargos.


http://olhardigital.uol.com.br/noticia/google-elege-os-melhores-apps-do-ano-para-android/45472
 
MEDIAÇÃO

A dimensão filosófica da mediação: a mediação é a relação, o «entre». A filosofia da acção subjacente à mediação é a da «relação» (rapport). A relação não é uma qualquer coisa ou uma pessoa, é o entre-dois pelo qual há “ dois ”, é o espaço intermediário. Quando é accionada, a relação significa dinamismo, confrontação recíproca, acção. A relação entre os seres humanos, os grupos deve ser vitalizada, cultivada, desabrochada. A relação não suprime mas pelo contrário preserva a separação entre as pessoas. Na mediação já não estamos numa relação de forças binária em que um termo predomina sobre o outro, mas numa relação de igualdade onde se mantém a alteridade, onde se preserva a identidade de cada um dos dois pólos e onde os fazemos concertar, ser, falar, agir conjuntamente e permanecendo eles próprios. A mediação não é somente um laço a recriar – como no caso de um conflito ou de uma dissensão – mas sim de uma forma eminentemente positiva, criação de novos laços que não existiam ou são frágeis...seria interessante que todas as pessoas entrassem em mediação consigo mesmas, a reconciliar-se consigo, a construir projectos de futuro, a reflectir sobre as suas relações com os outros e a decidir melhorá-las(Six, J-F, 2002:110-111)

Distopia


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Distopia ou antiutopia é o pensamento, a filosofia ou o processo discursivo baseado numa ficção cujo valor representa a antítese da utopia ou promove a vivência em uma "utopia negativa"1 . As distopias são geralmente caracterizadas pelo totalitarismo, autoritarismo, por opressivo controle da sociedade. Nelas, "caem as cortinas", e a sociedade mostra-se corruptível; as normas criadas para o bem comum mostram-se flexíveis. A tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja do Estado, seja de instituições ou mesmo de corporações.
Distopias são frequentemente criadas como avisos ou como sátiras, mostrando as atuais convenções sociais e limites extrapolados ao máximo. Nesse aspecto, diferem fundamentalmente do conceito de utopia, pois as utopias são sistemas sociais idealizados e não têm raízes na nossa sociedade atual, figurando em outra época ou tempo ou após uma grande descontinuidade histórica.
Uma distopia está intimamente conectada à sociedade atual. Um número considerável de histórias de ficção científica que ocorrem num futuro próximo do tipo das descritas como "cyberpunk", usam padrões distópicos de uma companhia de alta tecnologia dominando um mundo em que os governos nacionais se tornaram fracos.


Origem e significado

O primeiro uso conhecido da palavra 'distopia' apareceu num discurso ao Parlamento Britânico por Gregg Webber e John Stuart Mill, em 18682 . Nesse discurso, Mill disse:
"É, provavelmente, demasiado elogioso chamá-los utópicos; deveriam em vez disso ser chamados dis-tópicos ['dis-' do grego antigo δυσ, translit. dys: 'dificuldade, dor'] ou caco-tópicos ['caco-', do grego κακός, translit. kakós: 'mau, ruim']. O que é comumente chamado utopia é demasiado bom para ser praticável; mas o que eles parecem defender é demasiado mau para ser praticável."
Portanto, Mill se referia a um lugar mau, ao oposto de utopia.
Em grego, a partícula δυσ (translit. "dis" ou "dys") exprime 'dificuldade, dor, privação, infelicidade'; a palavra τόπος (translit., topos) significa 'lugar'. Portanto, 'distopia' quer dizer 'lugar infeliz, ruim'. Já a palavra 'utopia' se compõe de ου (translit. ou, latinizado como u-), advérbio de negação, e τόπος, 'lugar'. Assim, utopia significa 'lugar nenhum', e distopia significa 'lugar ruim'.

Traços comuns de uma sociedade distópica

A maioria das distopias tem alguma conexão com o nosso mundo, mas frequentemente se refere a um futuro imaginado ou a um mundo paralelo no qual a distopia foi engendrada pela ação ou falta de ação humana, por um mau comportamento ou por ignorância.
A literatura distópica costuma apresentar pelo menos alguns dos seguintes traços:
  1. Tem conteúdo moral, projetando o modo como os nossos dilemas morais presentes figurariam no futuro.
  2. Oferecem crítica social e apresentam as simpatias políticas do autor.
  3. Exploram a estupidez coletiva.
  4. O poder é mantido por uma elite, mediante a somatização e consequente alívio de certas carências e privações do indivíduo.
  5. Discurso pessimista, raramente "flertando" com a esperança.
  6. Violência banalizada e generalizada.

Exemplos de Distopia nos livros e cinema

  1. Totalitarista: 1984 (1949), V de Vingança (2005)
  2. Corporativista: Robocop (1987), Clube da Luta (1999), Rollerball (1975)
  3. Tecnológica: O Exterminador do Futuro 2 (1991), Blade Runner (1982), Divergente (trilogia), Admirável Mundo Novo
  4. Ambiental: Nausicaä do Vale do Vento (1984)
  5. Anárquica: Jogos Vorazes (trilogia), Divergente (trilogia)
  6. Generalizada: La Belle Verte (1994)
  7. Cybernética: Minority Report (2002), Matrix (1999)
  8. Cyberpunk: Aachi & Ssipak, Akira (1988), Avalon, Blade Runner, eXistenZ, Ghost In The Shell (1994), Johnny Mnemonic, Looper, Metropolis, Natural City, Nirvana, Pandorum, Renaissance, Repo Men, RoboCop, Sleep Dealer, O Exterminador do Futuro, Videodrome, Matrix, Surrogates, WALL-E
  9. Consumista: Clube da Luta
  10. Pandêmica: 12 Macacos (1995), Filhos da Esperança (2006), Ensaio sobre a cegueira (2008)
  11. Moral: Beleza Americana (1999), Cisne Negro (2010)
  12. Religiosa: O livro de Eli (2010)
  13. Privacidade: Tokyo! [seguimento "Shaking Tokyo"] (2008)
  14. Misógena: A Decadência de uma Espécie (1990)
  15. Militar: Equilibrium
  16. Criminosa: A Laranja Mecânica (1971), Fuga de Nova York
  17. Superpopulação: Battle Royale
  18. Pós-apocalíptica: Mad Max (1979), O Planeta dos Macacos (1968), A Estrada
  19. Conspiração: Divergente (trilogia)
  20. Financeira: O Preço do Amanhã
  21. Alienigena: Guerra dos Mundos (1953)
  22. Cômica: Brazil (1985), Idiocracy (2006)

Referências

  1. JACOBY, Russell. Imagem Imperfeita: Pensamento Utópico para uma Época Antiutópica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, p. 31.
  2. Exploring Dystopia, acessado em 19 de março de 2006. Ver também Trauma: a dystopia of the spirit, por Michael S. Roth.

Ligações externas

http://pt.wikipedia.org/wiki/Distopia