quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Bisco Chinês

"Aqueles que buscam a harmonia
saberão como encontrá-la"


05 19 21 26 32 58

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A vocação literária de Frei Betto

Conhecido por sua atuação política contra o regime militar, o autor de "Batismo de sangue" fala de literatura, política e critica os desvios de rota do PT

Manuel da Costa Pinto
Prestes a completar 71 anos e com sessenta livros publicados, Frei Betto descobriu o amor pela escrita muito cedo, quando suas redações escolares (ou composições, como se dizia à época) fizeram os professores identificarem seu talento – mas só se tornou um autor “graças aos generais brasileiros”.
Integrante da Ação Católica, grupo que se opunha ao regime militar, Carlos Alberto Libânio Christo foi preso duas vezes: em 1964 e no período 1969-1973, quando estava no Rio Grande do Sul e participava de uma rede clandestina formada pelos dominicanos para apoiar os insurgentes.
Dessa segunda experiência, resultaram dois livros de cartas, atualmente reunidas num único volume intitulado Cartas da prisão. Começava a se desenhar aí o perfil do religioso e militante que publicou vários títulos de caráter memorialístico – entre eles, Batismo de sangue, que narra os episódios que levaram ao assassinato do ativista Carlos Marighella e que daria origem ao filme homônimo de Helvécio Ratton.
O cruzamento de atuação política com religião aproximaram Frei Betto do cristianismo progressista dos dominicanos e da teologia da libertação, mas jamais sufocaram sua verdadeira vocação – a literatura. Vocação que foi alimentada pela mãe, Maria Stella Libânio Christo, cristã progressista e autora de livros sobre culinária (entre eles, o clássico Fogão de lenha), e pelo pai, Antônio Carlos Vieira Christo, advogado, cronista e ferrenho anticlerical, que chorou copiosamente quando soube que o filho ia ingressar na ordem dos dominicanos, mas que mais tarde se tornaria “fã da teologia da libertação, de D. Pedro Casaldáliga”, segundo Frei Betto.
Na entrevista a seguir, concedida no convento dos dominicanos, no bairro paulistano de Perdizes, o autor de Minas do ouro fala da preocupação de dissociar a ficção das questões ideológicas – que continuaram presentes em suas intervenções públicas, levando-o a participar do programa Fome Zero, durante o governo Lula, mas não o impedindo de ser um crítico dos desvios de rota do PT e da timidez da esquerda.
CULT – Quando a literatura e a escrita aparecem na sua vida?
FREI BETTO Comecei a escrever muito cedo. Sempre conto que, aos oito anos, quando estava no grupo escolar, minha professora, Dercy Passos, entrou na sala com um maço de composições (belo nome que se usava então para as redações) e, ao fazer a correção, deixou a minha por último. No fim, disse à classe: “Vocês deveriam fazer como Carlos Alberto; ele escreve as próprias composições, não pede para os pais fazerem por ele”. Aí meu ego bateu lá em cima… E mais tarde, no primeiro ano de ginásio, no Colégio Marista, meu professor de português me chamou e disse: “Você só não será escritor se não quiser”.  Só que, para mim, ser escritor era coisa de outro mundo, para gente muito erudita. Foi daí que me meti no jornalismo. Comecei, em 1966, por onde muitos almejavam concluir carreira: a revista Realidade.
Mas só me tornei autor graças aos generais brasileiros, ao escrever Cartas da prisão – que foram publicadas primeiramente no exterior [com outros títulos e em volumes separados], primeiro na Itália, em 1971, em seguida na França e em outros países. Depois, em 1977, saíram no Brasil.
CULT A experiência política marcou muito sua literatura. Em que momento surge uma ficção “pura”, sem essa preocupação?
FREI BETTO A militância me dificultou muito na ficção, que é o que mais gosto de fazer. Tive de lutar para me desfazer dessa camisa de força. Meu primeiro romance foi O dia de Ângelo, onde ainda havia essa camisa de força, tinha um pouco das minhas experiências em celas solitárias. Depois vieram Hotel Brasil e Minas do ouro – em que me soltei mais.
CULT Essa mudança coincide com o período posterior à queda do muro de Berlim, quando as grandes questões ideológicas declinam. É só depois disso, por exemplo, que você escreve Hotel Brasil, um romance policial. Há alguma relação?
FREI BETTO Até onde consigo enxergar conscientemente, queria enfrentar o desafio de fazer um policial – duplo desafio de criar a ficção e o mistério, conduzir o leitor até o fim sem que ele descubra quem é o assassino. Foi isso que passou na minha cabeça. Não tive a consciência de que, com a crise das ideologias, iria fazer literatura “pura”.
Reservo 120 dias do ano só para escrever. Não são dias seguidos, mas são sagrados. E muitas vezes estou fazendo ficção e fico árido; daí, inevitavelmente, leio Machado de Assis. Ele me reaquece, provoca minha inventividade. Fui um leitor voraz de Jorge Amado e Erico Verissimo, de quem era amigo e que me ajudou a montar uma biblioteca na penitenciária em que estive preso – e fui muito marcado pela literatura francesa, Camus, o Sartre do teatro e de A náusea.
CULT Falando em Jorge Amado e Sartre, que eram escritores muito engajados, como você avalia a esquerda de hoje?
FREI BETTO A esquerda hoje é uma raridade. Conheci muito intimamente o mundo socialista, na Nicarágua, depois em Cuba, onde durante dez anos, entre 1981 e 1991, fiz um trabalho institucional de reaproximação entre Igreja e Estado. Com a queda do muro de Berlim, a esquerda acadêmica, que nunca teve um trabalho popular, foi cooptada pelo neoliberalismo, a ponto de hoje acontecer uma enorme crise econômica na Europa Ocidental e não haver qualquer proposta de esquerda.
O principal problema filosófico hoje é a desistoricização do tempo. Isso se reflete na esquerda mundial, que está perdendo o horizonte histórico (não tem utopia, não tem projeto), e também no plano pessoal – a dificuldade de se ter projeto pessoal na vida profissional, artística, afetiva (todos ficam vulneráveis a qualquer dificuldade na relação conjugal).
Isso está nos levando à falta de esperança, e faz com que a discussão política desça do racional ao emocional. Sempre participei de discussões políticas e nunca vi nível de animosidade tão forte como agora, porque se apagou o horizonte histórico.
Não é fácil ser de esquerda em um mundo tão sedutor quanto o do capitalismo neoliberal. Daí o problema do PT, que foi perdendo o horizonte histórico de um projeto Brasil e trocando-o pelo horizonte imediato de um projeto de poder.
Frei Betto, em frente ao Palácio do Planalto: “Não há caldo de cultura para impeachment ou golpe militar” Créditos: Foto José Cruz/ Agência Brasil
CULT Quando percebeu que o PT abandonou seu projeto inicial?
FREI BETTO Isso desaparece na campanha de 2002, quando o PT faz a opção de assegurar a governabilidade pelo mercado e pelo Congresso – daí as alianças e a “Carta aos Brasileiros”, que na verdade é a “carta aos banqueiros”. Ali, o PT abandona sua matéria-prima, que são os movimentos sociais pelos quais deveria ter assegurado a governabilidade, como fez Evo Morales na Bolívia, que não tinha apoio no congresso, se apoiou nos movimentos sociais e, através deles, conseguiu mudar o perfil do congresso. Hoje, ele tem apoio dos dois, é o presidente mais consolidado de toda essa safra progressista. O PT optou pelo mercado e pelo Congresso. Agora, está refém dos dois e pagando um preço muito alto. Tanto que chamou um homem do mercado para ver se melhora a economia e entregou a parte política para o PMDB.
CULT Se você já havia se decepcionado desde a “Carta aos Brasileiros”, por que participou do programa Fome Zero, do governo Lula?
FREI BETTO Achei que a “Carta aos Brasileiros” fosse uma coisa tática, que, uma vez eleito, o PT faria reformas estruturais, tributária, agrária, algum tipo de reforma. Estava altamente entusiasmado. Sempre fui convidado para trabalhar em administração, mas nunca quis trabalhar nem para a iniciativa privada nem para governos. Gosto dessa vida cigana, solta. Quando Lula foi eleito e me convidou para o Fome Zero, achei que trabalhar com os mais pobres entre os pobres – os famintos – se enquadrava em minha perspectiva pastoral e tive todo apoio de meus superiores dominicanos e até de Roma.
Fiquei dois anos e, de repente, o governo matou o Fome Zero para substituí-lo pelo Bolsa Família. Tive então a certeza de que essa opção contrariava a tudo aquilo que o PT vinha pregando desde a fundação. O Fome Zero era um programa emancipador, o Bolsa Família é compensatório. O Fome Zero ia mexer na estrutura do país e por isso foi boicotado pelos prefeitos. Era coordenado por comitês gestores municipais, não passava pelos prefeitos, não havia como usar os recursos para fazer jogo eleitoreiro, então os prefeitos se rebelaram, pressionaram a Casa Civil, que pressionou Lula. No fim, Lula cedeu e eu caí fora.
CULT Você chegou a escrever que o PT faz “populismo cosmético”.
FREI BETTO O erro do Lula foi ter facilitado o acesso do povo a bens pessoais, e não a bens sociais – o contrário do que fez a Europa no começo do século 20, que primeiro deu acesso a educação, moradia, transporte e saúde, para então as pessoas chegarem aos bens pessoais. Aqui, não. Você vai a uma favela e as pessoas têm TV a cores, fogão, geladeira, microondas (graças à desoneração da linha branca), celular, computador e até um carrinho no pé do morro, mas estão morando na favela, não têm saneamento, educação de qualidade. É um governo que fez a inclusão econômica na base do consumismo e não fez inclusão política. As pessoas estavam consumindo, o dinheiro rolando e a inflação sob controle, mas não se criou sustentabilidade para isso. Agora a farra acabou, está na hora de pagar a conta e chama-se o Joaquim Levy [ministro da Fazenda].
CULT Os católicos de esquerda foram preteridos pelo PT por conta dos compromissos com os evangélicos?
FREI BETTO Lula sempre reconheceu que as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) tiveram mais importância na capilaridade do PT pelo território brasileiro do que o sindicalismo. Nos anos 80, havia núcleos do PT no fundo do Maranhão ou do Amazonas graças a essas comunidades. Enquanto foram atuantes, não havia evasão de fiéis para as igrejas pentecostais. Foi o fato de o Pontificado de João Paulo 2º reprimir as CEBs que fez com que os bispos já não as patrocinassem e que muitas pessoas bandeassem para as igrejas evangélicas.
Nas CEBs, o pobre se sente à vontade. Mas numa igreja, não. Você vai à paróquia e só tem classe média, tem a patroa, tudo é centrado no padre – não há convivência como numa comunidade. Ainda existem as CEBs, mas não com aquela força de antes.
As CEBs produziram muitos militantes, como Erundina, Vicentinho, Chico Alencar. As figuras éticas [do PT] têm uma tradição de igreja. O PT é formado por três segmentos: o pessoal da Igreja, o do sindicalismo e o da esquerda – remanescentes da esquerda da época da ditadura (Zé Dirceu, Paulo Vannuchi etc.). O pessoal das CEBs, por formação pessoal, nunca teve muita gana de poder. Aos poucos, ficaram em segundo plano.
Por outro lado, os evangélicos estão armando uma grande estratégia de domínio da política brasileira, que se resume ao seguinte: “Nossos princípios religiosos exigem determinadas atitudes morais e nós só podemos impor isso de duas maneiras: convertendo toda a nação (o que é impossível) ou tendo o poder de fazer a lei civil obrigar as pessoas a agirem como nós queremos (já que a lei é universal)”. Se você tem a caneta, você transforma seu princípio religioso em lei.
Frei Fernando, Frei Betto, Frei Ivo e Frei Tito (da esquerda para a direita), durante julgamento dos dominicanos em 1971 Créditos: Divulgação
CULT Você vê sinceridade religiosa nessas posturas ou é manipulação de sentimentos reativos dos fiéis?
FREI BETTO As duas coisas. Há os fundamentalistas e há os que são meramente oportunistas. Estes perceberam que aquilo é um manancial de votos. O pastor diz claramente: “o candidato é esse”. Isso não acontece na Igreja Católica – aconteceu lá nos anos 30, com a LEC (Liga Eleitoral Católica), em que o bispo dizia “isso sim, isso não”. Nas igrejas evangélicas, há hoje um direcionamento muito explícito. Muitos políticos estão ali por fundamentalismo, muitos por oportunismo.
CULT Qual sua posição sobre a liberação do aborto?
FREI BETTO Defendo o modelo francês. Tudo deve ser feito pelo Estado para convencer a mulher a não abortar, mas a decisão final é dela. Esse modelo, em primeiro lugar, fez com que acabasse o aborto clandestino e, portanto, diminuísse o índice de mortes. Em segundo lugar, o fato de o médico e o ministro da confissão religiosa da mulher induzirem-na a não abortar aumentou o índice de mulheres que foram à procura do aborto, mas decidiram assumir o filho. Eu mesmo tenho experiência pessoal disso. Já recebi vários adolescentes nessa situação e sempre disse o seguinte: “Tenha o filho e deixe aqui que eu crio, pode deixar na porta do convento”. Nunca ninguém trouxe e hoje tenho uma porção de apadrinhados… Tenho uma posição aberta, acho que aborto em última instância é um direito da mulher e não pode ser criminalizado de jeito nenhum.
CULT Mas isso não vai contra os dogmas da Igreja?
FREI BETTO Não é dogma. Se fosse, a Igreja também teria de ser contra a guerra, não haveria capelão militar e, nos EUA, seria contra pena de morte. Na verdade, há uma ambiguidade na teologia. São Tomás de Aquino aceitava o aborto até quarenta dias após a fecundação, porque ainda não haveria ali, propriamente, uma pessoa – e ele é a doutrina oficial da Igreja. A discussão teológica não está fechada. Tanto que escrevi um texto sobre isso em 1988, que circulou na CNBB, e nunca recebi advertência. Aliás, nesse texto digo que “se homem parisse, aborto seria um sacramento”…
CULT E em relação ao casamento homossexual?
FREI BETTO O fundamento da relação de qualquer ser humano é o amor – e, se há amor, há Deus. O tema da sexualidade e da família está congelado na Igreja Católica desde o século 16. Tentou-se várias vezes abrir esse tema nos concílios, mas ele foi podado. Acho que o papa Francisco, muito inteligentemente, está conseguindo quebrar esse preconceito. Em vez de falar “vamos aceitar o casamento homoafetivo”, ele fala “esses casais têm filhos, as crianças não têm direito à catequese?”. Com isso, já abriu o caminho. Ele acaba de receber no Vaticano um transexual espanhol que foi discriminado pelos bispos e que agora vai casar. Foi um escândalo na Espanha, tanto que dizem que a direita de lá reza assim para o papa: “Senhor, iluminai-o ou eliminai-o”.
CULT Outro tema atual que divide a opinião pública é a redução da maioridade penal. Qual sua posição?
FREI BETTO Criminalizar a juventude é uma maneira cômoda de se omitir naquilo que deveria ser feito para evitar a criminalidade juvenil: dar educação. É o caso das UPPs do Rio: a polícia sobe à favela, mas não sobem escola, teatro, cinema, esporte, música – e o traficante não quer que seu filho seja bandido, quer que ele seja doutor. Uma geração já poderia ter sido salva no Rio se os equipamentos sociais também tivessem subido às favelas.
CULT Como militante e ex-preso político, como vê o clamor pelo impeachment da presidente e pela volta da ditadura?
FREI BETTO Não me preocupam ameaças de impeachment ou golpe. Não há caldo de cultura. Os militares nem saem de farda na rua. Militar, no Brasil, antes andava orgulhosamente de farda, até para arrumar namorada…
O que me preocupa é a despolitização da juventude brasileira. Os segmentos de esquerda deveriam estar preocupados com a politização, como houve imensamente nos anos 70 e 80. Não há mais formação de consciência crítica – e aí o pessoal vai no emocional, no oba-oba da volta dos militares, sem ter ideia do que foi a ditadura, que pode parecer que foi tranquila, mas é porque havia uma censura brutal. Estamos voltando a esse nível de desinformação, a esse horror à política.
Manuel da Costa Pinto é jornalista e crítico literário

Depoimentos sobre Frei Betto
Raduan Nassar, escritor: “No mundo ensandecido que está aí, a voz de Frei Betto é exemplar, atuante como poucas, daí que o respeito tanto”
Ricardo Kotscho, jornalista: “Nosso Frei Betto, também conhecido como ‘frade voador’, pois está sempre em trânsito, tem um segredo que pouca gente conhece. Vocês sabem como ele consegue escrever tantos livros e artigos, dono de uma obra tão prolífica que parece impossível ser escrita por um homem só? Contam as muitas lendas sobre a figura que ele tem uma equipe de fradinhos aposentados que passam dia e noite no porão do convento escrevendo para ele. Betto só dá o tema, pão e vinho à vontade, e depois assina… Gostaria de saber onde ele arruma tempo para fazer tanta coisa ao mesmo tempo, sem nunca deixar na mão um amigo ou qualquer pessoa necessitada de ajuda. Não só tempo, diga-se, mas também paciência para ouvir as dúvidas e os queixumes de tanta gente que muitas vezes ele nem conhece. Para entender melhor esse personagem, recomendo a leitura do livro Essa escola chamada vida, com depoimentos que Betto e Paulo Freire me deram, muitos anos atrás, sobre as suas trajetórias quando eles eram jovens. Só mesmo a escola da vida pode explicar os mistérios desse ser humano especial, de quem tenho muito orgulho de ser amigo e com quem já compartilhei muitas alegrias e tristezas nessa longa jornada de sonhos pelas estradas do mundo. Valeu, Betto, e sempre valerá a pena tentar outra vez”.
Luiz Ruffato, escritor: “Com relação a Frei Betto, meu privilégio é triplo: sou seu leitor desde os tempos de estudante; sou seu vizinho há uma década; e, embora à distância, ouso dizer que somos amigos. Não de nos encontrarmos todos os dias, que seus compromissos são muitos e constantes, mas de comungarmos ideias próximas, que incluem lutar por um mundo melhor, por mais que essa frase ou esse sentimento soe, nesses dias de egoísmo extremo, como um clichê. Frei Betto é daqueles homens imprescindíveis, de que nos fala Brecht: sua trajetória pessoal se confunde com a história política recente do país, desde os tempos de seminarista, quando esteve encarcerado por sua luta contra a ditadura militar. Intelectual orgânico, Frei Betto é um dos grandes nomes da literatura brasileira contemporânea. Sua extensa obra, que inclui dezenas de títulos dos mais diversos gêneros, tem como ponto fulcral oferecer uma reflexão sobre a passagem da humanidade pela Terra. Algo como: qual é, afinal, o sentido da vida? Tivéssemos mais pessoas como Frei Betto e a resposta seria fácil: a busca da felicidade”.
Adelia Bezerra de Meneses, professora de Teoria Literária e Literatura Comparada da USP: “Da caudalosa bibliografia de Frei Betto, escolho um título: Batismo de sangue: os dominicanos e a morte de Carlos Marighella. Prêmio Jabuti de 1982, esse é um livro doloroso e fundamental. Nele, amalgamando o jornalista, o historiador, o memorialista e o analista político – todos sob o signo da Palavra que liberta – Frei Betto, em meio a um recorte da história do Brasil dos Anos de Chumbo, traça o percurso de Carlos Marighella e de Frei Tito de Alencar Lima, ambos assassinados pela repressão. Mas ele próprio, protagonista da resistência à Ditadura Militar, não entra como mero narardor. É também personagem daquilo que era um ‘tempo de homens partidos’ (a expressão é de Drummond, referindo-se a outra Ditadura, a getulista). E Frei Betto narra a saga de Tito, com quem dividiu a prisão, até esse seu confrade dominicano ser levado à ‘sucursal do inferno’ da OBAN. Com objetividade e pungência, constrói um testemunho emocionado que permanecerá – memória resgatada de algo que nunca poderá ser esquecido. Imantado pela utopia, Frei Betto parece ter assumido diante de seus companheiros presos e assassinados, diante de seu irmão Tito destroçado pela tortura, o compromisso de transmitir às gerações atuais e futuras essa memória compartilhada. Pois lembrar é resistir”.

Ignário de Loyola Brandão, escritor: “Por anos, sempre vi Frei Betto chegar a uma cidade levando seu pacote com seus livros. Leva livros, não importa para onde. Está certo, assim como deve ser, neste Brasil onde existem poucas livrarias e a maioria é deficiente. Levar os livros é sinal de humildade e amor aos nossos escritos. É conhecer o país em que vivemos. Essa foi uma das muitas lições que esse amigo me ensinou. Certa vez, ele, numa dedicatória de duas linhas, definiu amizade, relação, troca. No romance Entre todos os homens, escreveu: ‘Loyola, saudades da amizade que te tenho e dos encontros e papos que ainda não tivemos’. Ao assinar, acrescentou um neologismo maravilhoso: Fraternura. Está tudo dito. Uma vez, ao saber que talvez estivéssemos na mesma mesa, capitulei. Conhecendo a sua fala, sabia que seria engolido. Não teria o que dizer. No entanto, mais do que medo, bateu em mim o raciocínio: se fico na mesa, preciso ficar pensando no que vou falar e perco a fala dele, envolvente, carinhosa, dura, áspera. Jamais esqueço um dia nos anos 70 em que ele foi almoçar em minha casa. Tinha saído da prisão. Eu, que imaginava um homem revoltado contra tudo e todos, dei com um sujeito sereno, que compreendia o porquê e o como das coisas. Eu, ansioso, perguntei sobre o medo. Como não ser derrotado por ele? Na prisão, eu morreria antes que me matassem. Ele me disse: ‘Basta medir o quanto de medo é provocado por sua imaginação. Se conseguir abstrair, a fantasia viverá. O medo ampliado pela imaginação te liquida'”.

http://revistacult.uol.com.br/home/2015/05/a-vocacao-literaria-de-frei-betto/

Elevação de Pernas


Posição Inicial

Deite de costas no chão ou em um tapete, com os joelhos dobrados e as mãos atrás da cabeça.
Levante as pernas e flexione os joelhos a 90 graus.
Mantenha um espaço entre o queixo e o peito (olhando sempre em direção ao teto).

Movimento

Ao Expirar: Puxe os joelhos na direção do peito e segure por 2 segundos.
Ao Inspirar: Leve as pernas lentamente para a posição inicial.

Instruções Especiais

  • Evite balançar as pernas enquanto faz o exercício.
  • Tente manter seus movimentos com o auxilio do abdome.
http://www.exerciciosdeacademia.com.br/abdominais/elevacao-de-pernas/

Taxas Shipito

Bom dia leitores, muita gente ainda possui dúvidas em relação as taxas que o Shipito cobra pelos serviços, hoje vou tentar condensar todas as informações sobre taxas a serem pagas em um único post. Espero que esse post sirva de referência para dúvidas em relação aos valores a serem pagos de taxas no Shipito.
A primeira parte se refere as mensalidades , existem no Shipito três planos sendo que o terceiro só pode ser selecionado por já clientes. Esses planos podem ou não ter mensalidades como mostra a tabela abaixo.

 

Taxas Shipito
É importante que fique claro que o Shipito cobra taxas pelos serviços que prestam + o  valor do frete para enviar as mercadorias para o Brasil, para saber o valor do frete a ser cobrado use a calculadora de frete do Shipito que pode ser acessada no link http://calculator.shipito.com lembre-se de que a medida de peso nos Estados Unidos é a libra e a de comprimento a polegada , para simular envios por USPS só é preciso saber o peso do pacote e simular com qualquer tamanho até o limite de 26x13x13 polegadas , acima deste limite será preciso usar outras modalidades de frete como DHL e Fedex.
Taxas de envio de pacotes
Existem basicamente dois planos no Shipito , no plano Individual (pacotes individuais) o custo é de 1Dólar por pacote processado ,  no plano Virtual Mail Box (Caixa virtual) o custo é também de 1 Dólar por pacote processado (recebido), é importante entender a diferença entre pacote processado e pacote enviado, pois se você consolidar dois pacotes e fizer o envio você pagaria além das taxas da consolidação duas taxas por pacote processado.
Taxas de consolidação no Shipito
Quando usamos a função consolidação no Shipito, o custo será de 2 dólares por pacote envolvido, ou seja se você consolidar 2 pacotes pagará 4 dólares e se consolidar 5 pagará 10 dólares.
Taxas por fotos
Um serviço opcional é a retirada de fotos na chegada das mercadorias no armazém do Shipito, existem duas opções uma custando 1 dólar por pacote e outra custando 2,5 , eu sempre utilizo a opção de 1 Dólar e estou satisfeito com os resultados obtidos .

Taxa extra para pacotes muito pesados

Poucos usuários percebem essa taxa e os custos adicionais são para pacotes acima de 30 lbs (13.6 Kgs) US$ 10,00, acima de 70 lbs (31.7 kgs) – US$ 20.00, acima de 100 lbs (45.3 kgs) – US$ 30.00 e acima de 150 lbs (68.0 kgs) – US$ 50.00. A taxa extra será cobrada quando o pacote é recebido, mesmo que você posteriormente solicite que o pacote seja “eliminado”.
Taxas para pedidos especiais 
Você pode fazer pedidos especiais para fazer modificações em seus pacotes que não estejam previstas nas atividades padrão, a maioria dos pedidos especiais tem relação com trocas de caixas , divisão de pacotes , colocação de proteção extra para mercadorias frágeis entre outros ,o custo de um pedido especial é na maioria dos casos de 5 , mas para pedidos muito complexos como desmontagens de algum equipamento o custo pode ser um pouco maior e em geral será cobrados valores adicionais.

Seguro

O valor do seguro a ser cobrado é exibido na calculadora de envio,e como varia de empresa para empresa recomendo que simulem o frete com os valores das mercadorias para terem o valor exato a ser cobrado , para isso usem a  Calculadora de Envio. O seguro do Shipito  cobre o armazenamento do pacote e seu transporte até o destino, Lembre-se que o Shipito pode pedir os comprovantes de compra para pagar o seguro, e que algumas modalidades de frete não tem opção de seguro . Veja mais detalhes.

Manipulação de Pallets

Esse custo se aplica a clientes que comprem em grandes volumes  e nunca vai ocorrer com pessoas físicas comuns ,  o custo para manipular um pallet será de US$ 50,00 (incluindo o pallet). Para carga/descarga o custo é de US$ 25.00 por hora.

Tarifas bancárias

O custo de transporte inclui  4.3% de tarifas bancárias, que será devolvido se você  pagar através de transferência bancária. Você poderá ver os descontos das tarifas em cada pacote.
Mistake report 
Se você acha que o Shipito cometeu um erro você pode abrir um mistake report , entretanto se o erro não ocorreu será cobrada uma taxa de 2 dólares pela reclamação incorreta, exemplo se você não concorda com o peso ou tamanho de seu pacote você poderá abrir um mistake report para correção, se no final da verificação for constatado que o peso e as medidas estão corretos  serão cobrados 2 dólares .

Por que o Shipito é  diferente?


Saiba mais sobre a Shipito acessando Quem Somos. Verifique as fotos dos  armazéns do Shipito  no  blog. O Shipito também possui  um  fórum de discussão onde os clientes podem postar publicamente suas reclamações, ou algo que não lhes agrade.Descubra também  por que é tão barato.

http://compranoexterior.com.br/taxas-shipito/
Linux Mint


Rodrigo wrote:
Boa tarde amigos. Estou cansado de praticamente de dois em dois meses ter que passar por aquela rotina de backup para poder formatar meu notebook e reinstalar o Windows.

Olhando mais sobre o Mint achei uma distro bem interessante, e aqui no fórum (o qual vou ajudar a manter com certeza !!!), vi que a galera ajuda mesmo.

Tenho um notebook Dell Inspiron 14R, o qual é um Core I5 - 6Gb - Hd 1Tb - Nvidia GT730M.

Segue as minhas dúvidas:

1-) O Mint da suporte a esse tipo de placa de vídeo que tenho no meu notebook, que seria aquelas Nvidia Optimus, que utilizam a Intel HD4000 quando não estão fazendo nada, e para outras tarefas ativa a GT730 ?

2-) Achei mais interessante a versão com XFCE, existe diferença de estabilidade entre as versões ? É possível, fazer a instalação daquele menu padrão do xfce na parte superior, e o dock na parte inferior ?

3-) O que uso hoje em casa, é o notebook para serviços como trabalhos de faculdade,pesquisas e assistir filmes e animes, conectados a minha tv através de HDMI. No Mint consigo reproduzir vídeos em 3D para que eu possa ver na minha tv ? E filmes em alta definição perdem qualidade no Mint ?

4-) Acesso muito o banco do brasil através do notebook para fazer transações bancárias.....funciona bem no Mint ? Risco de segurança ?

5-) No caso vou deixar somente o linux no meu notebook...qual seria a melhor forma de particionar esse meu hd de 1TB ?


Aguardo a ajuda dos amigos.


Caro Rodrigo,

Antes de tudo, seja muito bem-vindo ao Fórum. Peço-lhe que, assim que possível, dê uma lida nos links Recomendações e Como Usar o Fórum, os quais possuem informações importantes para os novatos.

Em relação as suas dúvidas, vamos as respostas:

1-) Quanto ao suporte do Mint a placa NVidia GT730M a resposta é sim. Quanto a tecnologia Optimus, é sim possível utilizá-lo no Mint, porém sua utilização e configuração exige um pouco de paciência e atenção. Faço a ressalva de que cada nova versão do kernel linux isso vem sendo melhorado e facilitado, especialmente para o novatos.

2-) Quanto a estabilidade, todas as versões do Mint são excelentes. Em relação ao painel superior e dock inferior, é sim possível utilizá-los dessa forma no Xfce.

3-) Reprodução de vídeos 3D no Mint pode ser executada sem problemas. Quanto ao vídeos em alta definição, caso seu sistema esteja corretamente configurado e com drivers atualizados, não há qualquer perda de qualidade.

4-) Funciona bem, inclusive utilizo o Internet Banking deles por aqui. O Mint já vem com o plugin Icedtea (versão open-source do java), que em geral funciona bem. No entanto, se estiver com algum problema devido a ele, basta desinstalá-lo e instalar a versão proprietária da Oracle. Aqui no Fórum há amplo material sobre isso.

5-) A resposta a essa pergunta vai depender de alguns fatores, como por exemplo:
- Você guarda arquivos e/ou instala aplicativos e ferramentas pesadas (de tamanho grande) no sistema;
- Irá utilizar apenas o Mint (uma única versão dele) ou irá utilizar o PC em multi-boot, com vários SOs instalados simultaneamente;
- Você também pode utilizar uma partição em separado para a partição HOME, onde ficam guardados os dados de seu usuário, ou então criar uma partição de backup.

Isso é apenas um resumo rápido com respostas às suas perguntas. Você pode encontrar amplo material aqui no Fórum e em nossa Wiki, onde poderá aprofundar seus conhecimentos.

Abraço e mais uma vez seja bem-vindo ao Fórum Mint Brasil.


© O LinuxMint.com.br é mantido por Carlos Lorenzon :: Desenvolvido em XOOPS.

http://www.linuxmint.com.br/forum/report.php?forum=1&topic_id=5146&post_id=30715

Apê de 66 m²: compacto, charmoso... e vestido para arrasar

Comprado na planta, o imóvel ganhou um projeto caprichado para entrar em sintonia com o estilo dos moradores, que gostam do visual clássico, mas não de monotonia. O segredo foi restringir a paleta a tonalidades neutras e apostar todas as fichas em estampas e texturas acolhedoras

Minha Casa Digital

Depois de dois anos morando juntos em um apê alugado, a pediatra Camila  Guasselli e o engenheiro mecânico Neumar Vallar, de Porto Alegre, decidiram que era a hora de fechar um capítulo e iniciar outro como manda o figurino: com uma festa de casamento e um imóvel zero-quilômetro. A arquiteta Camila Chalon foi convocada para montar o cenário dessa nova fase.  “A fim de não estourar o orçamento, preservei alguns acabamentos entregues pela construtora”, conta a profissional, que escolheu a dedo aqueles que seriam substituídos por opções mais incrementadas. Mantendo intacta a planta, o maior desafio foi acomodar todos os pertences do casal sem entulhar o espaço – questão solucionada com investimento em marcenaria planejada e uma organização impecável.

Cozinha americana: linda e exibida!

❚ “Ambientes incríveis costumam ter um elemento que atrai todos os olhares”, diz a arquiteta, que elegeu um mosaico de azulejos para assumir esse papel na área destinada ao preparo das refeições. “As peças foram assentadas diretamente sobre a cerâmica original,  poupando tempo e dinheiro”, complementa.  

❚ Lavanderia e cozinha compartilham a mesma bancada de granito branco siena superpolido, que mede 4,25 x 0,65 m (Magnani). Mas, atenção: “Abrir mão de uma divisória entre os ambientes só funcionou porque os moradores usam pouco a área de serviço – e vivem bem com apenas um varal de chão e uma lava e seca”. 

❚ De MDF revestido de laminado melamínico nas cores Branco Liso e Terrarum (MaDeFibra, da Duratex), todos os gabinetes foram feitos sob medida (Fratelli Móveis). 

❚ Na sala de jantar, o papel listrado e o lustre rendado formam um belo par!

66 m² sem aperto!

❚ Muito bem-resolvida, a planta original do apartamento não precisou ser alterada. Eis o único quebra-quebra: na fronteira entre sala e cozinha, havia uma mureta de tijolos vazados, que foi ao chão. No lugar dela, a arquiteta optou pela instalação de um balcão de MDF para refeições rápidas. Como continuação desta peça, uma prateleira feita do mesmo material foi fixada na parede atrás do sofá, servindo de apoio para pequenos objetos.


Base neutra com pitadas de charme

❚ Eleita o lugar preferido dos moradores, a sala de estar é clean e funcional, porém bem temperada com detalhes mais femininos, como a padronagem floral do tapete, o colorido do quadro e o turquesa das poltronas e almofadas. 

 ❚ Para que a iluminação ficasse mais aconchegante, o teto recebeu uma sanca – equipada com fitas de LED na cor amarela – que contorna todo o ambiente, além de um rebaixo extra, com  luminárias embutidas, sobre a área do jantar. “Trabalhamos o gesso usando apenas linhas retas, que criam um efeito mais moderno” aponta a profissional.

❚ Apesar da predominância de revestimentos brancos, o banheiro social ganhou toques especiais. O  espelho com a moldura toda trabalhada é um deles. Mas o destaque fica por conta da parede forrada pelo patchwork  de porcelanato.

O romantismo dá as cartas na suíte

❚ Vedete do ambiente, a cabeceira estofada foi valorizada com  iluminação indireta. Para tanto, bastou usar uma fita de LED estrategicamente acoplada no móvel aéreo. O papel de parede floral arremata a composição. 

❚ Desenhados pela arquiteta e executados sob medida (Fratelli Móveis), os armários são de MDF revestido de laminado melamínico nas cores Branco Liso e Cillegio Grigio (MaDeFibra, da Duratex). Duas das portas são cobertas de espelho, que servem não só  para as trocas de roupa como refletem – e,  portanto, potencializam –  a luz natural que vem da janela logo em frente.

❚ Com o intuito de  deixar o quarto mais acolhedor, o piso ganhou um laminado em tom  de madeira clarinha.

❚ No banheiro da suíte,  o branco foi explorado ao máximo para garantir amplitude e claridade. ”Mas, para dar uma graça, elegemos um revestimento que combina peças de diferentes texturas, formando um patchwork delicado”, aponta Camila. 


http://minhacasa.uol.com.br/noticias/minha-casa/ape-de-66-m-compacto-charmoso-e-vestido-para-arrasar.phtml#.Vcyo10YUbbj

HD Samsung p/ Notebook SATA 2.5´ 500GB 5400RPM - ST500LM012 / HN-M500MBB

Avaliacões (331)
Passe o mouse e arraste para zoom.
De R$ 269,29 por
R$ 251,90
Em 12x sem juros no cartão de R$ 20,99
R$ 214,12 à vista
no boleto bancário com 15% de desconto.
PARCELAMENTO
  • 1x R$ 226,71 c/ desc
  • 2x R$ 119,66 c/ desc
  • 3x R$ 79,77 c/ desc
  • 4x R$ 62,98 sem juros
  • 5x R$ 50,38 sem juros
  • 6x R$ 41,98 sem juros
  • 7x R$ 35,99 sem juros
  • 8x R$ 31,49 sem juros
  • 9x R$ 27,99 sem juros
  • 10x R$ 25,19 sem juros
  • 11x R$ 22,90 sem juros
  • 12x R$ 20,99 sem juros

DESCRIÇÃO DO PRODUTO
HD Samsung p/ Notebook SATA 2.5´ 500GB 5400RPM - ST500LM012 / HN-M500MBB

ESPECIFICAÇÕES TECNICAS


Características:
- Marca: Samsung
- Modelo: HN-M500MBB

Especificações: 
- Padrão: Sata
- Capacidade: 500GB
- Tamanho do buffer: 8MB
- Velocidade de rotação: 5.400rpm 



Garantia
12 meses de garantia

Peso
106 gramas (bruto com embalagem)


http://www.kabum.com.br/produto/20890/hd-samsung-p-notebook-sata-2-5-500gb-5400rpm-st500lm012-hn-m500mbb

14 Best Free CPU Temperature Monitor Software For Windows

Here are 14 best free CPU temperature monitor software. All these CPU temperature monitoring software let you view CPU temperature easily. These CPU temperature monitor software are available free to download for your Windows PC. These CPU temperature monitoring software have various features, like: can shows the current CPU temperature in Celsius or Fahrenheit, can display the temperature of each core of CPU separately, can display temperature of hard disk also, take user defined action at the time of overheat, can start with Windows, displays CPU fan speed, voltages etc., can display other available vital information about the hardware, and more. You can try these free CPU temperature monitor software and find which one suits you better.
You can try these best free Image Viewer and Process Viewer software.

Speccy



Speccy is a very useful and easy to use free software that lets you measure the current CPU temperature and other useful vital information. You can find the make of your motherboard, quantity of RAM, RAM type, operating system, graphic card, monitor model etc. easily in one simple user interface. You can then save the information in XML or TXT format. You can load, save, or publish the snapshot also. It comes in both 32 bit as well as 64 bit versions.
Home Page     Download Page

HWMonitor



HWMonitor is a free and easy to use hardware monitoring software. It lets you view the current CPU temperature, hard disk temperature, fan speed, voltages and other various important information about your CPU box. You can save the monitoring data in TXT format also. It comes in both portable as well as in installable version. It is small in size and easy to use.
Home Page     Download Page

Real Temp



Real Temp is a CPU temperature monitoring software. It is specially designed for Intel single core, dual core, quad core and core i7 processors. It shows the temperature of the CPU in real time. It also shows the maximum and minimum temperature of the CPU. You can set the alarm for a high CPU temperature. It comes in a ZIP format and does not require installation. You can extract it to any folder and run the main executable.
Home Page     Download Page

Open Hardware Monitor



Open Hardware Monitor is a free, open source and easy to use hardware monitoring software. It lets you view and measure the current temperature of your CPU. It also shows the other vital information about your PC hardware like CPU fan speed, voltages, bus speed, clock speed, CPU load, memory load etc. It does not require installation and can be run from any location after unzipping.
Home Page     Download Page

CPU Thermometer




CPU Thermometer is a tiny but easy to use computer temperature monitoring software. It has a very simple and basic user interface. It shows the current CPU temperature of each core and current CPU load in percentage on each core. You can run it with Windows startup. You can switch between temperature units (Celsius or Fahrenheit). It sits in the system tray.
Home Page     Download Page

EnhanceMySe7en Free



EnhanceMySe7en Free is a system enhancement and tweaking software. It also has an option to view the system information like processor, display adapter, sensors, memory etc. You can view the current CPU temperature by clicking the Sensors button. It shows the temperature of the each core in Celsius and Fahrenheit, minimum and maximum temperature, fan speed and other vital information. It also has other useful tools like registry cleaner, startup manager, disk defragmenter etc.
Home Page     Download Page

SpeedFan




SpeedFan is a free hardware monitoring software. It shows the current CPU and hard disk temperature and also other useful hardware information on its interface. It can change the CPU fan speed if the temperature increases. It works on almost every available hardware and temperature sensors. It is a lightweight application and is easy to use.
Home Page     Download Page

SIW Portable



SIW Portable is a free system information utility. It gives you the detailed information about your system. It also lets you know the current CPU temperature. You can use its Hardware menu and click Sensors to view the temperature of the CPU. It has other useful functions too. You can use this AIO utility to view the complete details of your PC including hardware and software installed.
Home Page     Download Page

Moo0 System Monitor



Moo0 System Monitor is a free software that lets you know the current CPU temperature. It has s simple user interface and you can customize its interface and its fields according to your need. It sits in the system tray and you can invoke it any time from there. It comes in both installer as well as in portable version.
Home Page     Download Page

HWiNFO



With the help of HWiNFO you can get the hardware information of your PC easily. It gives you the detailed information about your system hardware. You can view the CPU temperature also by using it. You can run this program in “Sensors only” mode also. It monitors all the system components and can predict failure. It can be customized easily according to the needs. It comes in both installer as well as in portable form.
Home Page     Download Page

SensorsView Pro



SensorsView Pro is a free software for measuring the CPU temperature. It shows the current temperature of each core and other details like CPU clock speed, CPU usage, HDD usage, CPU fan speed, voltages etc. You can configure it according to the choices it gives. It has a simple and easy to use user interface.
Home Page     Download Page

Game Assistant 2



Game Assistant 2 is actually a game organizing software. It also shows the current CPU temperature, RAM usage, and fan speed. You can set the temperature unit between Celsius and Fahrenheit. You can start it with Windows startup. You can also clean RAM with it. It has various features to explore.
Home Page     Download Page

Wise System Monitor



Wise System Monitor is a simple hardware monitoring tool. It has three tabs: Process Monitor, Hardware Monitor, and Operating System. You can use its Hardware Monitor tab to view the details of your hardware like mother board manufacturer, BIOS version, date, temperatures, fan speed etc. It shows the current CPU, hard drive temperature and other vital information near the system tray.
Home Page     Download Page

CPUTempWatch



CPUTempWatch is a simple and easy to use CPU temperature monitoring tool for Windows. It lets you view the current CPU temperature in real time near the system tray. It displays the temperature of each core in a separate box. You can set the temperature threshold for specific temperature and can execute the program like Shutdown if temperature exceeds.

http://listoffreeware.com/best-free-cpu-temperature-monitor-software-windows/

 How can I make my five-year-old Windows laptop run faster?

Hugh wants to keep his Toshiba Satellite P500 because he likes the 17in screen, but it’s getting creakier. Can he make it run like new?
Unfortunately, it’s hard to tell if a hard drive is failing, but running a hard disk checker such as HD Tune or Crystaldiskinfo will help.
Unfortunately, it’s hard to tell if a hard drive is failing, but running a hard disk checker such as HD Tune or Crystaldiskinfo will help. Photograph: D. Hurst /Alamy
I have a five-year old Toshiba Satellite P500 with Microsoft Windows 7 installed. I like it because it’s got a 17.1in screen, but it’s getting slower and creakier. Could I just replace the existing hard drive with an updated one? Would this get me back to how it was performing when it was new? Hugh
The Toshiba Satellite P500 belongs to a class of high-specification laptops known as “desktop replacements”, and it should still perform well. Without seeing it, I can’t tell whether it’s a hardware or a software issue, but both can be improved. The main issues are whether you can spare the time to fix your laptop, and how much money you’re willing to invest in an old machine. These are the things that drive people to buy new laptops.
Windows includes a number of performance-monitoring tools, so you can run these before and after making changes to see how well they have worked.
Hardware problems
Desktop-replacement laptops typically use fast processors that tend to run hot. This can affect performance because the chip will either be throttled back or shut down altogether if it starts to overheat. You can reduce the risk by making sure there’s good airflow under your laptop, perhaps by standing it on a riser or cooler. You can check the internal temperatures (and many other things) using HWMonitor software. Consult the P500 manual for the maximum operating temperature, which is probably about 95F.
Your machine may be overheating because it has five years’ worth of dust and detritus inside, especially if you’ve used it on carpets or fabrics. If you think this might be contributing to the problem, take the case apart and blow away anything that’s clogging the insides – especially, clean the fan. (A local PC shop could do this for you.)
If the hard drive is still in good condition, then replacing it won’t help. Unfortunately, it’s hard to tell if a hard drive is failing, but running a hard disk checker such as HD Tune or Crystaldiskinfo will help.
Either way, you could give your P500 a boost by upgrading the hardware in two ways. First, you could expand the memory from 4GB to 8GB. System Scanner software from the Crucial website will tell you your options. Second, you could replace the old 500GB hard drive with a 128GB or 256GB SSD (solid-state drive). That will make your machine much more responsive, though you won’t have as much storage space. However, you can stick the hard drive in an external USB enclosure and still access your old data.
With 8GB or memory and an SSD, your Satellite P500 should run faster than it did when it was new, even with today’s bloated websites.
Software spring clean
You can also try giving your laptop’s software a spring clean. You have probably installed lots of programs over the past five years, and you may have left the bundle of free Toshiba software – Service Station, Toshiba Assist etc – in place. Uninstall the ones you don’t need.
The quickest way to spring-clean your hard drive is to run SlimCleaner. (Use the link that says “Download SlimCleaner Now from SlimWare Utilities” not the one for Download.com.) It will list and rate the software you have installed, clear out old log files etc, and remove unwanted registry entries. Under Disk Tools, it also includes utilities to analyse, defrag, wipe and shred hard drives, plus a duplicate file finder.
In the old days of DOS-based Windows and even Windows XP, the operating system tended to slow down under the weight of accumulated crud. Some of us did clean re-installations every 18-24 months. Happily, that’s not a problem with Windows 7, and I’m still using a five-year-old laptop that hasn’t slowed down. However, you could certainly try re-installing Windows 7.
Your Toshiba should still have the original Windows code on a hidden partition, and a Recovery Media Creator utility that will create two DVDs so that you can take your P500 back to “factory condition”. Bear in mind that you will also have to download a few hundred megabytes of Windows updates and security patches, as well as re-installing all your programs and data files.
Windows Update will automatically install all the updates in the required order in the background, so as not to affect what you’re doing. However, it could take two or three days and will probably require half a dozen or more restarts. At least it’s not 60!
Taking your P500 back to “factory condition” will mean that all the original Toshiba drivers will be re-installed. If this restores your laptop’s performance, I’d stick with those for a while. You can update the drivers (one at a time) later, but be ready to roll back a driver update if it hurts performance.
If the software spring clean doesn’t make a significant difference, then installing more memory is the quickest, cheapest upgrade. After that, consider installing an SSD.
What about Windows 10?
At this stage, I wouldn’t bother re-installing Windows 7: I’d wait until you can do a clean installation with Windows 10, which will be free to Windows 7 users.
In most respects, Windows 8.1 and Windows 10 are better operating systems than Windows 7: they’re faster, more secure, run in less memory, and have generally been further optimised and debugged. They also provide the opportunity to run “modern” apps, which are securely sandboxed and controlled in ways that are not possible with old Windows desktop programs. Microsoft Edge (formerly Project Spartan), the fast new not-IE browser, shows what can be done.
Of course, not everyone prefers the Windows 8.1 user interface, especially on systems that don’t have touch screens. However, the Windows 10 user interface has been changed fairly dramatically to make apps much easier to handle with just a mouse and keyboard.
While I think Windows 10 is worth a go, you will need to run the compatibility checker first, when it appears. Also, make sure you have working Windows 7 installation DVDs, so that you can go back to Windows 7 if you don’t like it. Alternatively, you can order Recovery Media from Toshiba’s support website by typing in your laptop’s serial number.
Have you got a question? Email it to Ask.Jack@theguardian.com

http://www.theguardian.com/technology/askjack/2015/may/14/ask-jack-how-can-i-make-my-five-year-old-windows-laptop-run-faster

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Em parceria com PF, empresa de software espião estaria hackeando o Brasil

Natalia Viana
Da Agência Pública

  • Vazamento do WikiLeaks detalha investidas da empresa italiana Hacking Team para vender software espião a polícias de todo o país, de olho nas Olimpíadas; primeiro cliente, PF teria começado a usar o produto em maio deste ano Vazamento do WikiLeaks detalha investidas da empresa italiana Hacking Team para vender software espião a polícias de todo o país, de olho nas Olimpíadas; primeiro cliente, PF teria começado a usar o produto em maio deste ano
A notícia de que a empresa Hacking Team teve seus e-mails hackeados em junho foi um choque para o mercado da vigilância digital. Normalmente acostumada a espionar e-mails alheios, a companhia viu suas comunicações internas vazarem a conta-gotas na internet. Em 8 de julho, o WikiLeaks publicou nada menos que 1 milhão de e-mails, organizados em um banco de dados que pode ser explorado através de buscas por palavras-chave.
Os documentos mostram como a empresa --que vende somente para governos e tem entre seus clientes desde o FBI e o exército americano até regimes que reprimem e perseguem oposicionistas como Marrocos, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Bahrein e Azerbaijão-- atua para fazer lobby e conquistar novos clientes. No Brasil, a Hacking Team tem atuado fortemente junto à Polícia Federal, o Exército e diversas polícias estaduais desde 2011. Por outro lado, diversas forças policiais brasileiras procuraram os italianos em busca dos seus produtos.
Em maio deste ano, através de um contrato com a representante nacional YasniTech, os polêmicos softwares de espionagem da Hacking Team foram usados para uma investigação da PF, em um projeto piloto de três meses, segundo os e-mails.

Controle de celulares e computadores

O negócio da Hacking Team é desenvolver maneiras de "infectar" diferentes aparelhos digitais para permitir seu monitoramento ao vivo, 24 horas por dia, a chamada "tecnologia de segurança ofensiva" – ou espionagem digital. Seus equipamentos permitem às polícias realizar vigilância seletiva e também vigilância massiva, em milhares de celulares e computadores ao mesmo tempo.
Seu principal produto é o Sistema de Controle Remoto "Da Vinci", que permite invadir e controlar uma máquina, driblando as comunicações criptografadas, além de espionar Skype e comunicações por chat. Segundo a empresa, o Da Vinci pode ligar remotamente microfones e câmeras de computadores e celulares e depois gravar todo o conteúdo. E, mesmo com o computador desconectado da internet, pode acessar históricos, conversas, fotos e deletar ou modificar arquivos. Para a "infecção", a Hacking Team usava, por exemplo, uma brecha no programa Flash, criando páginas na internet web que instalavam automaticamente o software através do programa. "É uma tecnologia de segurança ofensiva. É um spyware. É um cavalo de Troia. É um grampo. É uma ferramenta de monitoramento. É uma ferramenta de ataque. É uma ferramenta para controlar os pontos finais, ou seja, os PCs", diz a Hacking Team em uma propaganda feita para seus clientes.

Em 2013, a organização Repórteres sem Fronteiras colocou a empresa na lista dos inimigos da internet. "Crescentemente o uso de censura cibernética e a vigilância cibernética estão ameaçando o modelo de internet idealizado pelos seus fundadores: a internet como um lugar de liberdade, um lugar para a troca de informações, conteúdo e opiniões, um lugar que transcende fronteiras", disse a organização na ocasião.
O software é vendido sob uma licença para o "usuário final" durante determinado tempo, com um contrato de confidencialidade. Segundo reportagem da revista alemã Der Spiegel, o porta-voz da Hacking Team afirmou durante um debate que a empresa pode compreender "até certo limite" o que os clientes fazem com seu software, já que o programa mantém contato "constante e não especificado" com seus criadores. Após o vazamento, a segurança dos produtos da Hacking Team tem sido ainda mais questionada. 

Roadshow no Brasil

"Os produtos de nossos competidores só conseguem gerenciar algumas dezenas de alvos ao mesmo tempo", explicou o gerente de vendas da Hacking Team, Marco Bettini, em um e-mail de outubro de 2012. "Já com o Da Vinci você pode aumentar para centenas de milhares de aparelhos monitorados apenas adicionando hardware." No mesmo e-mail, ele diz ainda que "dentre as instalações que temos atualmente no mundo todo, mais de três têm aproximadamente dois mil aparelhos monitorados cada".
O e-mail de Bettini foi enviado em resposta ao então representante brasileiro Gualter Tavares Neto, ex-secretário adjunto de Transporte do Distrito Federal (DF) e sua empresa DefenceTech, a primeira a trazer a tecnologia da Hacking Team ao Brasil, em 2011.
No final de 2012, Gualter Tavares organizou um verdadeiro roadshow dos produtos entre polícias e militares brasileiros. Para isso, dois membros da Hacking Team vieram ao Brasil, o gerente de contas Massimiliano Luppi e o engenheiro de sistemas Alessandro Scarafile.
Foram feitas exibições de uso dos produtos para o Comando da Aeronáutica no dia 27 de novembro, com a presença do chefe de inteligência; no dia 28, às 2 da madrugada, a equipe esteve na sede do Departamento de Inteligência da Polícia Civil do Distrito Federal, com presença de toda a equipe; no mesmo dia, às 17h30, fizeram uma demonstração na sede do Departamento de Polícia Federal, em Brasília. Estiveram também na sede do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército Brasileiro no dia 29. O grupo foi ainda recebido na sede da Abin no dia 30 de novembro às 8h30.
Em meados do ano seguinte, Gualter organizou mais uma rodada de reuniões pessoais em Brasília, inclusive com a PGR (Procuradoria-Geral da República), segundo os e-mails. "Ontem nós recebemos um pedido do Sr. Marcelo Beltrão Caiado (chefe da Divisão da Segurança da Informação da Procuradoria-Geral da República) requisitando que a reunião seja no dia 25 de julho entre as 14h e às 17h. Embora haja agora uma discussão sobre os poderes do Procurador-Geral para investigações. Apesar desse debate, o procurador segue investigando e nós acreditamos que o debate vai acabar fortalecendo a PGR", diz Gualter em e-mail no dia 19 de junho de 2013. Na mesma visita, Massimiliano esteve com a Polícia Civil do Distrito Federal, após intervenção junto ao gabinete do governador, diz outro e-mail.
Nas correspondências, o brasileiro mostrava preocupação em convencer as polícias nacionais sobre a superioridade da Hacking Team contra concorrentes, como os softwares espiões da empresa israelense Elbit Systems e o Finfisher, do britânico Gamma Group, também conhecido e apreciado pelos potenciais clientes.
As negociações, no entanto, avançaram pouco. No ano seguinte, a Hacking Team ainda não havia concretizado nenhuma venda. "Durante todo esse tempo, nós tivemos a chance de estar em Brasília diversas vezes e fizemos algumas demonstrações", escreveu Massimiliano Luppi no final de fevereiro de 2014. Ele afirma ter feito mais de três demonstrações à PF, mais de três à Polícia Civil do Distrito Federal, além do Exército, a PGR e a Abin. "Depois das 'demos', não houve nenhum follow-up", reclama. Em especial, lhe desagradava o sobrepreço do "parceiro" brasileiro na negociação com a PF: "Eles vieram com um preço extremamente alto se comparado com o nosso orçamento ". Enquanto a Hacking Team teria pedido 700 mil euros (cerca de R$ 2, 6 milhões), a DefenseTech teria enviado um orçamento de "mais de 1,5 milhão para o usuário final".
Assim, Luppi decidiu cortar o intermediário e negociou diretamente com o CIGE (Centro de Instrução de Guerra Eletrônica) uma visita no dia 19 daquele mês, comunicando-se com o capitão instrutor Flávio Augusto Coelho Regueira Costa.
Procurada pela reportagem da Pública, a assessoria do Comando do Exército reconheceu ter feito contatos com a Hacking Team para avaliar os produtos da empresa, mas disse que não houve aquisição. "A prospecção de ferramentas que permitem a realização de testes de penetração em sistemas de informática é um fato cotidiano que é realizado para manter o CIGE atualizado e identificar novas ferramentas que possam simular para seus alunos o ambiente real de ataques que ocorrem nos sistemas informacionais", disse o CIGE por meio de nota.

Sem legislação

A partir de 2014, outro representante brasileiro, Luca Gabrielli, da empresa 9isp (e, posteriormente, da YasniTech), assume as negociações com as polícias brasileiras, com um approach bastante diferenciado, como detalha um e-mail em italiano, de 28 de maio de 2014. Para elaborar a nova estratégia de entrada no mercado brasileiro, ele chegou a procurar o advogado Antenor Madruga, ex-secretário Nacional de Justiça e ex-diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional.  O Sr Antenor Madruga esclarece que foi procurado pelo Sr Luca Gabrielli, por indicação de um advogado, para pedir um parecer jurídico sobre a legalidade dessa ferramenta no Brasil. Ele manteve apenas uma reunião de prospecção e não chegou  a fazer uma proposta de honorários para o trabalho, nem prestar qualquer serviço relacionado ao software.
Madruga esclarece que foi procurado por Gabrielli, por indicação de um advogado, para pedir um parecer jurídico sobre a legalidade dessa ferramenta no Brasil. Ele manteve apenas uma reunião de prospecção e não chegou  a fazer uma proposta de honorários para o trabalho, nem prestar qualquer serviço relacionado ao software.
"Não há nenhuma legislação específica para o uso de um produto como esse e/ou uma doutrina legal clara. Por isso, temos que construir uma estratégia de vendas para impedir a venda antes de queimar o produto (isso inclui todos os atores: políticos – nossos apoiadores –, jornalísticos, comerciais etc.)." Luca Gabrielli sugere ter cuidados com órgãos que poderiam fazer uso ilegal do software, como as polícias civis do Rio de Janeiro e do Amazonas. "Todo mundo concorda que o produto será bem-sucedido, mas vendê-lo antes das eleições em outubro é um risco alto, com grande probabilidade de abusos." A consequência, explica ele, é que como intermediária sua empresa poderia ser corresponsabilizada nesse caso. "Precisamos realmente construir uma estratégia de comercialização completa, sabendo que, como provavelmente acontecerá no Brasil, pode haver tanto uso impróprio quanto uma publicação em algum jornal."
A solução, para ele, era identificar um primeiro cliente "que não impacte negativamente a opinião pública" – a Polícia Federal. 

Abrindo as portas na Polícia Federal 

O novo intermediário promoveu, em novembro de 2014, uma nova visita dos italianos ao Brasil. Os detalhes são discutidos ao longo de vários e-mails. Primeira parada: Polícia Civil de São Paulo, onde Luca realizou, ao lado do técnico Eduardo Pardo, uma "demo" no departamento de inteligência. Entusiasmados, os chefes da Polícia Civil agendaram duas demonstrações no dia seguinte, no Denarc (Departamento de Narcóticos) e no Deic (Departamento de Investigações Criminais).
Na mesma viagem ao Brasil, a Hacking Team fez apresentações para o Cinpol (Departamento de Inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro), o Ministério Público fluminense e o cliente preferencial, a PF, cuja sede foi visitada nos dias 20 e 21 de novembro. Finalmente, os esforços valeram a pena.
Para utilizar o produto, a equipe da PF obteve a necessária autorização judicial – foi a primeira vez no Brasil, segundo os e-mails.
As comunicações mais recentes revelam que, no final de maio deste ano, a equipe da Hacking Team esteve em Brasília treinando delegados da PF para usarem não apenas o software, mas "engenharia social", um método de investigação que inclui a manipulação de pessoas para conseguir acesso a informações confidenciais, em busca de conhecer melhor os "alvos" a serem infectados. Mostram, ainda, que a equipe do Hacking Team teve amplo acesso à investigação, treinando, opinando e orientando os delegados brasileiros – desde o técnico enviado ao Brasil até o CEO e fundador, David Vincenzetti. O custo do contrato, segundo e-mail de Luca Gabrielli (a esta altura ele já respondia em nome da empresa YasniTech), foi de R$ 25 mil por mês, durante três meses.
"Na segunda-feira [18 de maio] começamos o projeto conforme o plano com o cliente [PF]. Em 3 meses teremos impressionado o cliente que aceitou ser uma referência para nós. Nós fechamos o acordo para [fornecer o software a] 100 agentes que eles têm a proposta e todos nós finalmente celebramos bebendo MUITA caipirinha ou vinho – você escolhe. Nós seguimos adiante com a PC-SP [polícia civil de São Paulo] baseada na referência da PF (estou esperando esse começo para buscar ativamente a PC-SP que está esperando uma referência)", explica Gabrielli no e-mail.
O passo seguinte leva em conta as Olimpíadas, a serem realizadas em 2016 no Rio "Nós vamos tentar tornar essa solução um padrão no Brasil via SESGE", escreve, referindo-se à Secretaria Especial de Segurança para Grandes Eventos, ligada ao Ministério da Justiça.

Olimpíadas vigiadas

Levado pelas mãos da PF, o representante da Hacking Team manteve conversas com representantes da Secretaria desde o começo deste ano. "Nós (eu e Hugo) discutimos com o Secretário Especial da SESGE uma implantação global no país para auxiliar na segurança dos Jogos Olímpicos; as licenças, então, seriam doadas para a PF em vários estados. Eu fiz uma apresentação para o departamento de inteligência, que quer uma demonstração durante o piloto [da PF]. Nesta fase, há a possibilidade de expansão para até 1.000 agentes em todo o país (a SESGE confirmou a disponibilidade de orçamento, mas apenas se executada em agosto/setembro de 2015). Tudo depende do sucesso do projeto-piloto."
Não foi a primeira vez que a SESGE demonstrou interesse nos softwares espiões. Pouco depois da Copa do Mundo, no dia 4 de setembro de 2014, o coordenador-geral de contrainteligência da secretaria, Rogerio Giampaoli, escreveu para o gerente de vendas da Hacking Team, Alex Velasco: "Prezado Senhor Alex, Gostaríamos de conhecer um pouco mais sobre a ferramenta GALILEO de vossa empresa, tais como funcionalidade e operacionalidade. Teriam algum representante no Brasil?". Um ano antes Alex Velasco já tinha feito sucesso na maior feira de venda de equipamentos para inteligência e vigilância do mundo, a ISS World, que ocorrera em Washington de 25 a 27 de setembro de 2013. Ali, um agente do Departamento de Estado americano o procurou para falar da necessidade de vigilância nas Olimpíadas. "O Brasil quer um sistema para a Copa do Mundo da FIFA e as Olimpíadas. Eles vão trabalhar junto com o Departamento de Estado dos EUA para conseguir financiamento. É do interesse dos EUA estar em boa cooperação com o Brasil, não apenas pelas relações internacionais mas também por razões de segurança. Isso é o que o agente do Departamento de Estado Peter MacDonald mencionou para mim", escreveu aos chefes.
Procurada pela Pública, a assessoria de comunicação da Polícia Federal não respondeu à publicação. A SESGE também não respondeu às perguntas da reportagem.
* Atualização em 29 de julho de 2015: Antenor Madruga entrou em contato com a redação da Agência Pública para esclarecer que foi procurado por Luca Gabrielli por indicação de um advogado parar pedir um parecer jurídico sobre a legalidade dessa ferramenta no Brasil. Ele manteve apenas uma reunião de prospecção. No entanto, não chegou sequer a fazer uma proposta de honorários para o trabalho. Portanto, não prestou qualquer serviço para  a empresa, ou qualquer serviço relacionado a esse produto.  

http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/07/28/em-parceria-com-pf-empresa-de-software-espiao-estaria-hackeando-o-brasil.htm