segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O NOVO CINEMA PERNAMBUCANO


EDITORIAL


O professor e pesquisador paulista Carlos Roberto de Souza foi o primeiro a interpretar a história do cinema brasileiro como uma aventura. Em todos os cantos do Brasil, os intrépidos e corajosos cineastas e produtores brasileiros lutaram contra condições adversas para levar às telas esse espírito aventureiro. Não é fácil fazer cinema. Nem ontem, nem hoje. Em Pernambuco, essa aventura começou com as exibições do cinematógrafo Lumière em janeiro de 1900. Começamos o século 20 assistindo aos primeiros filmes. E estamos na segunda década do século 21 fazendo filmes que os compatriotas dos irmãos Lumiére estão vendo.
Dezenas de cineastas, produtores, técnicos, atores, atrizes, exibidores, distribuidores e milhões de espectadores fazem parte dessa história. São muitos os pais dessa nova geração do cinema feito Pernambuco. Eles são aventureiros de uma corrida em busca de algo mais valioso que o ouro: a memória. As naturais do início do século passado, os filmes do Ciclo do Recife e os curtas do Movimento Super8 estão vivos na produção atual. Essa aventura está apenas começando. Neste especial, tentamos resgatar histórias e imagens desses últimos 20 anos do cinema pernambucano, sem esquecer também o seu passado. Vasculhamos os arquivos do Jornal do Commercio para contar essa aventura, com auxilio de quem está fazendo e pensando o cinema Pernambuco de hoje. Boa viagem.

HISTÓRIA

Escolher Baile Perfumado, no ano em que completa 20 anos de realização, é uma convenção para determinar um certo marco histórico do novo do cinema pernambucano. Na verdade, essa nova onda começa nos primeiros anos da década 1980, quando a geração do Movimento Super8 abandonava a bitola, ao mesmo tempo que uma nova geração de cineastas começava por ela. O ano de confrontação é 1983: Paulo Cunha e Geneton Moraes Neto, aliados a Jomard Muniz de Brito, lançam O Coração de Cinema, um curta-metragem filmado em 16mm. Os papas do Movimeno Super8, ao lado de Fernando Spencer e Amin Stepple e alguns outros, davam adeus a um certo tipo de cinema. Enquanto isso, Paulo Caldas fazia seu segundo curta-metragem em Super8: Morte no Capibaribe, um filme que já mostra que ele iria seguir adiante. O que aconteceu depois, com a realização de inúmeros curtas, em 16mm e 35mm.
Nos anos que antecederam a Baile Perfumado surgiu uma leva de filmes realizados no Recife que já faziam crer que muita coisa ainda iria acontecer. Em 1994, o encontro de Amin Stepple e Lírio Ferreira, no inventivo e seminal That´s a Lero a Lero pode ser visto com um filme que plantou uma semente. Afinal, Baile Perfumado trazia elementos formais marcantes de That´s a Lero Lero, como também em seu fervor pela metalinguagem. Lírio Ferreira e Alexandre Figueirôa relembram um pouco dessa história, com um olhar também voltado para outros cineastas do período.
Nos últimos 20 anos, o cinema pernambucano ganhou em diversidade e número de filmes produzidos. De lá para cá, os cineastas que se iniciaram nos bastidores de Baile Perfumado e os da nova geração, que deram seus primeiros passos por volta da primeira metade da década passada, convivem num clima de muito respeito. Aconteceram trocas simbólicas, principalmente quando a Rec Produtores fez Cinema, Aspirinas e Urubus e convidou um grupo de jovens para posições de assistência, entre eles Gabriel Mascaro, Daniel Aragão e Juliano Dornelles. Pouco depois, a Rec produziria o documentário KFZ-1348, da dupla Gabriel Mascaro e Marcelo Pedroso. A partir da instauração do Edital do Audiovisual, as oportunidades para a produção de curtas e longas surgiram organicamente. Kleber Mendonça Filho, que já se exercitava desde o começo dos anos 1990, iria se destacar com uma série de curtas matadores e uma obra em longa-metragem que ganhou merecido reconhecimento internacional, com O Som ao Redor e Aquarius. O próprio Kleber, os professores Alexandre Figueirôa e Alberto da Silva, além de Lírio, Leonardo Lacca e Juliano Dornelles contam como foi essa história.

BAILE PERFUMADO

Viver no Recife da década de 1990 não era fácil. A estima da cidade estava em baixa. Mas a cultura estava pulsante, principalmente a música, com o movimento mangue. Desacreditado após o fim da Embrafilme – pelo ex-presidente Fernando Collor, em março de 1990 –, o cinema brasileiro ficou no limbo por mais de cinco anos. O milagre do renascimento aconteceu em 1995, quando o então presidente Itamar Franco criou o prêmio Resgate do Cinema Brasileiro. Entre esses filmes, que iniciaram o processo de retomada da produção cinematográfica nacional, Baile Perfumado é um dos mais lembrados 20 anos depois de feito.
Até hoje, Baile Perfumado é visto como uma universidade de cinema para toda uma geração. “Baile Perfumado iniciou a aventura do novo cinema pernambucano levando em conta que havia uma probabilidade muito grande desse cinema não existir. Nosso lugar era muito pobre para essa aventura acontecer”, comenta Paulo Caldas
Foi uma surpresa para todos ver na tela um sertão verdejante e um Lampião (vivido pelo ator paraibano Luiz Cláudio Vasconcelos) sofisticado, amigo do uísque, dos perfumes e do cinema. Além de que, ao contar a história do fotógrafo libanês Abraão Benjamim (Duda Mamberti) a partir dos fragmentos das únicas filmagens verdadeiras de Lampião, Paulo, Lírio e Hilton Lacerda, que escreveram juntos o roteiro do filme, tiveram uma sacada brilhante.
Neste vídeo, o cineasta Lírio Ferreira e o pesquisador e critico de cinema Alexandre Figueirôa relembram o impacto de Baile Perfumado e sua importância histórica.

AQUARIUS

A história do cinema brasileiro vai registrar nos seus anais que 2016 foi o ano de Aquarius, do pernambucano Kleber Mendonça Filho. Desde a première mundial na Competição Oficial do Festival de Cannes, em maio passado, que o filme coloca o Brasil em discussão. A atitude política de Kleber, Sonia Braga e parte de sua equipe, que se postaram frente ao tapete vermelho do Grand Palais e levantaram cartazes contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, chamou a atenção do mundo.
No Brasil, a explosão de Aquarius deu-se, primeiro, em suas ruidosas sessões especiais antes da estreia, no último dia primeiro. Até agora, em pouco mais de três semanas de exibição, já foi visto por cerca de 250 mil espectadores, um número estupendo sob todos os aspectos.
Até o fato de haver sido preterido pela comissão do Ministério da Cultura, que o deixou de fora da óbvia escolha para representar o Brasil no Oscar de Melhor Estrangeiro 2017 – como já fizera em 2013, com O Som ao Redor, o filme anterior do cineasta – só mostra o quanto Aquarius reflete o momento político em que vivemos.
Neste vídeo, Kleber, a produtora Emilie Lesclaux, o diretor de arte Juliano Dornelles e os pesquisadores e professores Alexandre Figueirôa e Alberto da Silva falam sobre o cinema do diretor pernambucano.

MEMÓRIAS

Em toda sua história o cinema pernambucano teve uma memória viva. O Ciclo do Recife, que produziu mais de uma dezena de longas metragens entre as décadas de 1920 e 1930, ainda hoje reverbera nas mentes dos cineastas locais. Enquanto pôde, Jota Soares, o diretor e ator de A Filha do Advogado, foi o cronista do Ciclo nas páginas dos jornais recifenses. Nos anos 1980, Fernando Spencer realizou uma série de documentários com Jota Soares, Almery Steves e Ary Severo, dando nova vida à memória dos filmes do Ciclo do Recife. Em 1990, com Amin Stepple, no curta Ciclo – Uma História de Amor em 16 Quadros por Segundo, o legado dos pioneiros dos cinema silencioso pernambucano ganhou seu melhor inventário.
Em 1992, Kleber Mendonça Filho e a jornalista Elissama Cantalice foram atrás da memória física dos salas de cinema do Recife no projeto Casa de Cinema. Essa preocupação sempre esteve presente na vida e no cinema de Kleber, como atestam passagens em O Som ao Redor e Aquarius.

http://especiais.jconline.ne10.uol.com.br/o-novo-cinema-pernambucano/

domingo, 25 de setembro de 2016

8 Dicas para se Inspirar e Escrever um Livro

Publicado por ELDES SAULLO on 09/06/2014

Thomas Edison foi bem conciso ao dizer que “Talento é 1% inspiração, 99% transpiração.” São as palavras de um inventor. Pablo Picasso pintou uma frase dentro da sua especialidade: “Que a inspiração chegue não depende de mim. A única coisa que posso fazer é garantir que ela me encontre trabalhando.”
A boa notícia é que ela chega a todo o momento, basta ficar atento e trabalhar. Agir gera mais inspirações do que o inverso, tenha certeza disto.
Existem alguns “apoios” bem interessantes para forçar essa tal inspiração a sair da caverna e manifestar-se na tinta em seu caderno ou nos bits em seu computador. São eles:
1. Pergunte-se “E se?” – Vocês não imaginam a quantidade de ideias que esta simples pergunta é capaz de gerar. Você olhar para uma pessoa, um fato ou um conceito e fazer a grande pergunta: “E se?” Funciona para criar livros inteiros e também para capítulos ou cenas. E se uma garota romântica e sonhadora se transformasse em uma megera vingativa? E se um asteroide desgovernado se chocasse com a lua amanhã às 23:22?
2. Uma Linha ou Um título – a técnica de uma linha funciona da seguinte forma: você pega o jornal (ainda existe isto?), folheia ou navega até a seção de livros mais vendidos e lê as frases que resumem as tramas que ocupam os primeiros lugares do ranking. Use a trama como modelo para uma história diferente. Funciona também com títulos. Vá até a livraria mais próxima, pegue o livro com o título mais irresistível para você, mas não o compre, nem o leia. Adicione sua história para aquele título. Funciona melhor com títulos mais abrangentes, menos com títulos do tipo “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Mas você pode escrever sobre um garoto (ou uma garota) órfão que desenvolve super poderes ou vence grandes desafios. Basta ser original e não imitar Peter Parker, Bruce Wayne, Clark Kent, Tarzan, Wolverine, Branca de Neve, Cinderela, Harry Potter, Goku, James Bond, Bambi, Oliver Twist, Tom Sawyer, Huckleberry Finn, Luke Skywalker, Heidi, Tom Jones, Jane Eyre, David Copperfield, Frodo Bolseiro, entre outros.
3. Empreste uma Sinopse Antiga – histórias são escritas e podem ser reescritas de muitas formas. Que tal pegar o resumo de Casablanca e transformá-lo em um Thriller médico ou criminal com um triângulo amoroso nos moldes de Rick, Ilsa e Victor?
4. Questão Quente – pegue um tema polêmico e coloque dois personagens, um de cada lado. Seja justo com ambos, justifique cada posição. Assunto controverso é o que não falta hoje.
5. Método Ray Bradbury – crie um personagem com uma obsessão, como Guy Montag de Fahrenheit 451, e siga-o.
6. Plante a Noite e Colha pela Manhã – escreva algumas ideias aleatórias em um diário ou caderno de notas antes de dormir. Na manhã seguinte, sente-se para escrever e veja se algum milagre acontece.😉
7. Tendências são Tendências – assine uma newsletter de tendências em qualquer área – medicina, tecnologia, finanças, relacionamento – procure uma tendência e escreva uma história a partir dela. Não se surpreenda se isto criar um clássico de ficção científica.
8. Profissão Perigo – escolha uma profissão. Pergunte-se qual seria a pior coisa que poderia acontecer com um profissional daquela área. Escreva um thriller jurídico arrepiante, por exemplo. John Grisham é um mestre neste modelo.
Caso essas ideias não ajudem, muitas pessoas odeiam ou simplesmente não funcionam dentro de métodos, busque inspiração em uma das nove filhas de Mnemosine e Zeus, nas musas da mitologia grega que inspiravam a criação artística ou científica. No seu caso, as musas (ou os musos, depende de você!) não precisam ser necessariamente gregas.
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https://eldessaullo.com/2014/06/09/8-dicas-para-se-inspirar/
10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO EM MASSA UTILIZADAS DIARIAMENTE CONTRA VOCÊ
 Tales Luciano Duarte  Saia da Caixinha 124 Comments



Noam Chomsky é um linguista, filósofo, cientista cognitivo, comentarista e ativista político norte-americano, reverenciado em âmbito acadêmico como “o pai da linguística moderna“, também é uma das mais renomadas figuras no campo da filosofia analítica. (Fonte)

“Em um estado totalitário não se importa com o que as pessoas pensam, desde que o governo possa controlá-la pela força usando cassetetes.

Mas quando você não pode controlar as pessoas pela força, você tem que controlar o que as pessoas pensam, e a maneira típica de fazer isso é através da propaganda (fabricação de consentimento, criação de ilusões necessárias), marginalizando o público em geral ou reduzindo-a a alguma forma de apatia” (Chomsky, N., 1993)

Inspirado nas idéias de Noam Chomsky, o francês Sylvain Timsit elaborou a lista das “10 estratégias mais comuns de manipulação em massa através dos meios de comunicação de massa“

Sylvain Timsit elenca estratégias utilizadas diariamente há dezenas de anos para manobrar massas, criar um senso comum e conseguir fazer a população agir conforme interesses de uma pequena elite mundial.

Qualquer semelhança com a situação atual do Brasil não é mera coincidência, os grandes meios de comunicação sempre estiveram alinhados com essas elites e praticam incansavelmente várias dessas estratégias para manipular diariamente as massas, até chegar um momento que você realmente crê que o pensamento é seu.

manipulacao-em-massa

1. A Estratégia da Distração

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio, ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes.

A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de interessar-se por conhecimentos essenciais, nas áreas da ciência, economia, psicologia, neurobiologia e cibernética.

Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real.

Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais.

2. Criar problemas e depois oferecer soluções

Este método também é chamado “problema-reação-solução“. Se cria um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja aceitar.

Por exemplo: Deixar que se desenvolva ou que se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas desfavoráveis à liberdade.

Ou também: Criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos. (qualquer semelhança com a atual situação do Brasil não é mera coincidência).

Este post PORQUE A GRANDE MÍDIA ESCONDE DE VOCÊ AS NOTÍCIAS BOAS? retrata bem porque focar nos problemas é interessante para grande mídia.

3. A estratégia da gradualidade

Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Foi dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas, neoliberalismo por exemplo, foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990.

Estratégia também utilizada por Hitler e por vários líderes comunistas.  E comumente utilizada pelos grandes meios de comunicação.

4. A estratégia de diferir

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária“, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura.

É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente.

Depois, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “amanhã tudo irá melhorar” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. Dirigir-se ao público como crianças

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criança de pouca idade ou um deficiente mental.

Quanto mais se tenta enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante.

Por quê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como as de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade.”

6. Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e finalmente no sentido crítico dos indivíduos.

Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão.

“A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de ser revertida por estas classes mais baixas.

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade

Promover ao público a crer que é moda o ato de ser estúpido, vulgar e inculto. Introduzir a idéia de que quem argumenta demais e pensa demais é chato e mau humorado, que lhe falta humor de sorrir das mazelas da vida.

Assim as pessoas vivem superficialmente, sem se aprofundar em nada e sempre ter uma piadinha para se safar do aprofundamento necessário a questões maiores.

A idéia é tornar qualquer aprofundamento como sendo desnecessário. Pois qualquer aprofundamento sério e lúcido sobre um assunto pode derrubar sistemas criados para enganar a multidão.

9. Reforçar a auto-culpabilidade

Fazer com que o indivíduo acredite que somente ele é culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, suas capacidades, ou de seus esforços.

Assim, no lugar de se rebelar contra o sistema econômico, o indivíduo se auto desvaloriza e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E, sem ação, não há questionamento!

10. Conhecer aos indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem

No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes.

Graças à biologia, a neurobiologia a psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado sobre a psique do ser humano, tanto em sua forma física como psicologicamente.

O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior que dos indivíduos sobre si mesmos.

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Nós do Yogui.co acreditamos que para se manter desperto e apto a tomar decisões sem sermos massa de manobra devemos nos auto-conhecer, o caminho mais profundo de auto-conhecimento é a meditação (ao nosso ver).

A simples tarefa de olharmos internamente para cada nuance de nosso ser e questionar cada célula, cada pensamento é o caminho básico para quem deseja despertar de toda essa manipulação que foi pensada e estrategiada para nos manter dispersos.

Quanto mais disperso o ratinho. Mais facilmente cai na ratoeira

Temos alguns posts de meditação que pode interessar a quem deseja começar esse caminho mais consciencial. E para sair da caixinha veja esses posts.

Gratidão!

http://yogui.co/10-estrategias-de-manipulacao-em-massa-utilizadas-diariamente-contra-voce/

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O black bloc e a violência
Embora tenham sido transformados pela imprensa numa espécie de Al Qaeda, os manifestantes que fazem uso da tática black bloc estão inseridos numa longa tradição de reflexão sobre a forma mais adequada e eficaz de se produzir mudança social por meio do protesto de rua.
Os primeiros black blocs eram grupos informais de autodefesa dos movimentos autônomos da Alemanha ocidental nos anos 1980, os Autonomen. As táticas do grupo consistiam na constituição de linhas de frente para enfrentar a repressão policial e na organização de cordões de isolamento para impedir a infiltração de agitadores nas passeatas. O nome black bloc, (em alemão, “der schwazer Block”) era originalmente uma brincadeira que aludia ao fato das manifestações de rua na Alemanha se organizarem por meio de “blocos” como o verde (formado pelos ambientalistas) e o vermelho (por socialistas ligados aos sindicatos).
Nos Estados Unidos, no final dos anos 1990, os black blocs ganharam um novo contorno, isto é, foram ressignificados. Um pouco antes, na primeira metade dos anos 1990, pequenos black blocs no estilo alemão tinham ocasionalmente aparecido em protestos nos EUA devido à difusão da tática em artigos e livros, como o de George Katsiaficas, antigo aluno de Marcuse.
Mas o black bloc ganhou seu contorno atual durante os protestos contra a Organização Mundial do Comércio, em Seattle, em 1999, quando um grupo optou por romper com a tática de bloquear ruas e praticar resistência passiva, na tradição da desobediência civil não violenta de Gandhi e Martin Luther King Jr.
A desobediência civil não violenta tinha se estabelecido como paradigma dos movimentos sociais dos Estados Unidos depois da vitória do movimento pelos direitos civis nos anos 1960. A tática consistia em desobedecer uma lei injusta e não reagir à violência do Estado que tentava defendê-la. Assim, os ativistas do movimento pelos direitos civis desobedeciam as leis que determinavam lugares separados para negros e brancos ocupando com sit-ins restaurantes e outros ambientes segregados. Quando a polícia reprimia com violência esse ato de desobediência pacífica, as imagens divulgas pela imprensa de manifestantes de uma causa justa sofrendo a repressão violenta do Estado geravam indignação da opinião pública que pressionava pelo fim da segregação.
Mas nos anos 1990 havia um sentimento que aquela tática tinha se esgotado porque a desobediência civil não tinha como gerar efeitos políticos sem a cobertura da violência policial pela imprensa. O professor de Antropologia da London School of Economics, David Graeber, um dos ativistas que compuseram o black bloc de Seattle relata assim o debate que se deu:
Estratégias gandhianas não tem funcionado historicamente nos Estados Unidos. Na verdade, elas nunca funcionaram em escala massiva desde o movimento pelos direitos civis. Isso, porque os meios de comunicação nos EUA são constitutivamente incapazes de noticiar os atos de repressão policial como "violência" (o movimento pelos direitos civis foi uma exceção porque muitos americanos não viam o sul como parte do mesmo país). Muitos dos jovens que formaram o famoso Black Bloc de Seattle eram na verdade ativistas ambientais que estiveram envolvidos em táticas de subir e se prender em árvores para impedir que fossem derrubadas e que operavam em princípios puramente gandhianos -- apenas para descobrirem em seguida que nos Estados Unidos dos anos 1990, manifestantes não-violentos podiam ser brutalizados, torturados e mesmo mortos sem qualquer objeção relevante da imprensa nacional. Assim, eles mudaram de tática. Nós sabíamos de tudo isso. E decidimos que valia a pena correr o risco.
A crítica que os ativistas do Black Bloc de Seattle fizeram às táticas clássicas de Gandhi não é, no entanto, nova. Ela retoma um debate que já havia ocorrido nos anos 1940 entre o socialista dissidente George Orwell e o próprio Gandhi. Num artigo célebre, Orwell argumenta que o método de resistência passiva gandhiano não podia ser generalizado para circunstâncias nas quais não havia uma imprensa livre e atuante que alimentasse uma opinião pública liberal. Ele ironizava, assim, a recomendação de Gandhi de que os judeus perseguidos pelo nazismo deveriam ter cometido suicídio coletivo para despertar a consciência alemã:
A posição do Gandhi era que os judeus alemães deveriam cometer suicídio coletivo, o que “despertaria o mundo e o povo da Alemanha para a violência de Hilter”. Após a guerra, ele se justificou: os judeus teriam sido mortos de qualquer maneira, então pelo menos eles poderiam ter morrido de maneira significativa. (…) Há motivo para pensar que Gandhi, que nasceu em 1869, não entendeu a natureza do totalitarismo e via tudo mais nos termos de sua própria luta contra o governo britânico. A questão importante não é tanto que os britânicos o tenham tratado com tolerância mas o quanto ele sempre pode atuar publicamente. Como se pode ver na sentença citada acima, ele acreditava num “despertar do mundo” que só é possível se o mundo tem a oportunidade de conhecer o que você está fazendo. É difícil imaginar como os métodos de Gandhi podiam ser aplicados em um país no qual os oponentes do regime desaparecem no meio da noite para nunca mais serem encontrados. Sem uma imprensa livre e o direito à reunião é impossível não apenas apelar para a opinião externa, mas criar um movimento de massas ou mesmo fazer suas intenções serem conhecidas pelo adversário.
Tanto Orwell como os ativistas do black bloc de Seattle entendiam que a ausência de uma imprensa livre e atuante impedia que as ações de desobediência não violenta tivessem impacto na opinião pública gerando efeitos políticos. Para enfrentar esse dilema, os ativistas americanos propuseram ressignificar as táticas do black bloc alemão concentrando sua ação numa modalidade de desobediência que era a destruição seletiva de propriedade privada. O objetivo era duplo: por um lado, resgatar a atenção dos meios de comunicação de massa; por outro, transmitir por meio dessa ação de destruição de propriedade uma mensagem de oposição à liberalização econômica e aos acordos de livre comércio.
Ao contrário do que normalmente se pensa, essa ação não apenas não é violenta como é predominantemente simbólica. Ela deve ser entendida mais na interface da política com a arte do que da política com o crime. Isso, porque a destruição de propriedade a que se dedica não busca causar dano econômico significativo mas apenas demonstrar simbolicamente a insatisfação com o sistema econômico. Há obviamente uma ilegalidade no procedimento de destruir a vitrine de uma grande empresa, mas é justamente a conjugação de uma arriscada desobediência civil e a ineficácia em causar prejuízo econômico à empresa ou ao governo que confere a essa ação seu sentido expressivo ou estético, num entendimento ampliado. A destruição de propriedade sem outro propósito que o de demonstrar descontentamento simbolizava e apenas simbolizava a ojeriza aos efeitos sociais da liberalização econômica.
Também é preciso salientar que essa tática se inscreve na longa tradição de não violência do movimento social norte-americano. A destruição seletiva de propriedade privada não é feita de maneira arbitrária, mas segue regras pactuadas pelos ativistas: não podem ser alvo pequenos comércios e as ações não podem resultar na agressão a pessoas ou a animais.
Embora não esteja claro em que medida as ações black bloc foram capazes de transmitir a mensagem política desejada, elas foram sem dúvida eficazes em capturar a atenção dos meios de comunicação de massa – afinal, tinha se mostrada acertada a intuição dos ativistas de que nada despertaria mais a atenção da grande mídia do que uma desobediência do coração do sistema jurídico que é a proteção da propriedade privada.
O impacto midiático das ações do black bloc em Seattle foi tão grande que terminou ofuscando, em parte, a grande construção coletiva que levou tanto às passeatas de massa organizadas pela central sindical AFL-CIO, como aos bloqueios de rua organizados pelos ativistas da Direct Action Network. Esse sucesso em capturar a atenção dos meios de comunicação foi logo percebido por ativistas em todo o mundo e a tática black bloc, na sua roupagem americana, logo entrou no repertório dos movimentos sociais, disseminando-se por todo o planeta nos primeiros anos do século XXI.
O rompimento do consenso no movimento social americano em torno das táticas gandhianas suscitou muitos debates e desde o princípio o black bloc foi acusado de oportunista, de diversionista, de promotor da violência e de isca da repressão policial. Os calorosos debates do início dos anos 2000 foram resolvidos por meio da ideia da "diversidade de táticas", isto é, da ideia de que as diferentes táticas tinham que conviver, respeitando umas as outras – mais ou menos como o “mundo onde caibam muitos mundos” preconizado pelos zapatistas.
Para esse consenso ser atingido foi necessário que aqueles que advogavam a tática exclusiva de bloqueios e ocupações (sit-ins) não violentos entendessem que os que aderiam à tática black bloc também participavam da tradição da não-violência, pois não atacavam pessoas, mas coisas. A partir desse consenso, os protestos de rua passaram a ser divididos em grupos que ocupavam cada um uma parte da cidade, de maneira que pudessem coexistir. Esse mesmo consenso existiu no Brasil no início dos anos 2000 durante os protestos contra a ALCA, onde aconteceram as primeiras ações black bloc no país.
No entanto, na onda de mobilizações globais que começou em 2011, parece que esse aprendizado foi esquecido e os duros ataques aos black blocs reapareceram no Occupy Wall Street, na insurreição no Egito, nos protestos na Grécia e também no Brasil. Os ativistas que compunham os Black Blocs foram tratados como arruaceiros inconsequentes, luditas irracionais e bandidos oportunistas. O fato de que os grupos no Brasil em geral tem respeitado os princípios da tática, que inclui não agredir pessoas, nem atacar pequenos comércios não é levado em conta nas acusações de "violentos" e, assim, um ato de desobediência civil (a destruição de propriedade) se torna equivalente à agressão a pessoas.
Enquanto a destruição da vidraça de bancos ganha enorme visibilidade, a repressão da polícia a manifestantes pacíficos segue invisível para a maior parte da grande imprensa. E não é só a agressão a manifestantes que é invisível. Toda a ação abusiva e violenta da polícia nas periferias das grandes cidades não recebe cobertura ou recebe uma cobertura discreta, sem destaque editorial.
A imprensa gasta páginas e mais páginas de jornal e dezenas de minutos de jornalismo televiso para discutir a “violência” contra vidraças enquanto a verdadeira violência contra a vida ganha apenas menções pontuais. Ao chamar a atenção para os bancos, para as grandes marcas e para o estado brasileiro, os manifestantes que fazem uso da tática black bloc no Brasil resgatam a atenção dos meios de comunicação e tentam redirecioná-la para o sistema econômico e político que está na gênese da verdadeira violência da nossa sociedade.
São pertinentes as dúvidas se sua mensagem está sendo adequadamente recebida pelo público e se a tática facilita a infiltração de provocadores e afasta simpatizantes da causa. Mas, seja como for, não resta dúvidas de que sua ação não é violenta, nem arbitrária, nem irracional.
Os jovens que estão nas ruas merecem o respeito de serem tratados como atores políticos consequentes – e nossa indignação precisa estar orientada para a verdadeira violência, aquela que agride manifestantes pacíficos e faz desaparecer Amarildos. Afinal, vidas devem valer muito mais do que vidraças.
Referências:
Dupuis-Déri, F. Les Black Blocs: la liberté et l'égalité se manifest. Québec: Lux, 2007 [em português: Black Blocs. São Paulo: Veneta, 2014]
Graeber, D. Concerning the Violent Peace-Police: An Open Letter to Chris Hedges. Disponível em: <http://nplusonemag.com/concerning-t...>
Katsiaficas, G. The subversion of politics: european autonomous social movements and the decolonization of everyday life. Nova Jersey: Humanities Press, 1997.
Orwell, G. Reflections on Gandhi. In: A collection of essays. Wiimington: Mariner books, 1970. [em português: Reflexões sobre Gandhi. In: Dentro da baleia e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2005].

Veio do Feice

quarta-feira, 11 de maio de 2016




8-dicas-para-se-inspirar-e-escrever-um-livro
Thomas Edison foi bem conciso ao dizer que “Talento é 1% inspiração, 99% transpiração.” São as palavras de um inventor. Pablo Picasso pintou uma frase dentro da sua especialidade: “Que a inspiração chegue não depende de mim. A única coisa que posso fazer é garantir que ela me encontre trabalhando.”
A boa notícia é que ela chega a todo o momento, basta ficar atento e trabalhar. Agir gera mais inspirações do que o inverso, tenha certeza disto.
Existem alguns “apoios” bem interessantes para forçar essa tal inspiração a sair da caverna e manifestar-se na tinta em seu caderno ou nos bits em seu computador. São eles:
1. Pergunte-se “E se?” – Vocês não imaginam a quantidade de ideias que esta simples pergunta é capaz de gerar. Você olhar para uma pessoa, um fato ou um conceito e fazer a grande pergunta: “E se?” Funciona para criar livros inteiros e também para capítulos ou cenas. E se uma garota romântica e sonhadora se transformasse em uma megera vingativa? E se um asteroide desgovernado se chocasse com a lua amanhã às 23:22?
2. Uma Linha ou Um título – a técnica de uma linha funciona da seguinte forma: você pega o jornal (ainda existe isto?), folheia ou navega até a seção de livros mais vendidos e lê as frases que resumem as tramas que ocupam os primeiros lugares do ranking. Use a trama como modelo para uma história diferente. Funciona também com títulos. Vá até a livraria mais próxima, pegue o livro com o título mais irresistível para você, mas não o compre, nem o leia. Adicione sua história para aquele título. Funciona melhor com títulos mais abrangentes, menos com títulos do tipo “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Mas você pode escrever sobre um garoto (ou uma garota) órfão que desenvolve super poderes ou vence grandes desafios. Basta ser original e não imitar Peter Parker, Bruce Wayne, Clark Kent, Tarzan, Wolverine, Branca de Neve, Cinderela, Harry Potter, Goku, James Bond, Bambi, Oliver Twist, Tom Sawyer, Huckleberry Finn, Luke Skywalker, Heidi, Tom Jones, Jane Eyre, David Copperfield, Frodo Bolseiro, entre outros.
3. Empreste uma Sinopse Antiga – histórias são escritas e podem ser reescritas de muitas formas. Que tal pegar o resumo de Casablanca e transformá-lo em um Thriller médico ou criminal com um triângulo amoroso nos moldes de Rick, Ilsa e Victor?
4. Questão Quente – pegue um tema polêmico e coloque dois personagens, um de cada lado. Seja justo com ambos, justifique cada posição. Assunto controverso é o que não falta hoje.
5. Método Ray Bradbury – crie um personagem com uma obsessão, como Guy Montag de Fahrenheit 451, e siga-o.
6. Plante a Noite e Colha pela Manhã – escreva algumas ideias aleatórias em um diário ou caderno de notas antes de dormir. Na manhã seguinte, sente-se para escrever e veja se algum milagre acontece.😉
7. Tendências são Tendências – assine uma newsletter de tendências em qualquer área – medicina, tecnologia, finanças, relacionamento – procure uma tendência e escreva uma história a partir dela. Não se surpreenda se isto criar um clássico de ficção científica.
8. Profissão Perigo – escolha uma profissão. Pergunte-se qual seria a pior coisa que poderia acontecer com um profissional daquela área. Escreva um thriller jurídico arrepiante, por exemplo. John Grisham é um mestre neste modelo.
Caso essas ideias não ajudem, muitas pessoas odeiam ou simplesmente não funcionam dentro de métodos, busque inspiração em uma das nove filhas de Mnemosine e Zeusnas musas da mitologia grega que inspiravam a criação artística ou científica. No seu caso, as musas (ou os musos, depende de você!) não precisam ser necessariamente gregas.
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https://eldessaullo.com/2014/06/09/8-dicas-para-se-inspirar/
EDITORIAL
Retomando o fio da meada
Claudius
por Silvio Caccia Bava
A democracia tem causado problemas para as elites que tradicionalmente governavam os países da América do Sul. Nos últimos quinze anos, seguidas eleições mantiveram governos comprometidos com a melhoria de vida das classes populares, os quais beneficiaram cerca de 60% da população do continente. E, de fato, a vida melhorou, a pobreza recuou, e os indicadores sociais mostram os resultados de políticas públicas mais efetivas para atender às necessidades das maiorias. 
A mobilização cidadã, sustentada pela criação na sociedade civil de muitas entidades, sindicatos e associações de defesa de direitos, gerou mudanças – pela via eleitoral – inimagináveis até então.1 Novos governos populares assumiram, e em vários países processos constituintes reescreveram suas Constituições e nelas inscreveram novos direitos.
Essa “onda rosa”, como chamam alguns, de uma esquerda reformista no governo2 levou à criação de um bloco regional, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que aposta num mundo multipolar, com maior integração entre os países-membros, e numa maior autonomia em contraposição ao domínio do império norte-americano na região. Em várias oportunidades neste período, a Unasul foi capaz de atuar de maneira substantiva: sustar tentativas de golpes de Estado, como na Venezuela e no Equador; evitar um conflito entre a Colômbia e a Venezuela; questionar diplomaticamente a ativação da IV Frota dos Estados Unidos para patrulhar as águas do Atlântico Sul, entre outras iniciativas. 
Os esforços por uma maior autonomia regional intensificaram as trocas comerciais entre os países-membros e reavivaram projetos nacionais desenvolvimentistas, nos quais a dinamização do mercado interno e a industrialização ocupam lugar de destaque. Além do Banco do Sul, criado para financiar a construção da infraestrutura regional, surgiu a preocupação em facilitar e dinamizar a integração das cadeias produtivas dos países-membros. 
A disputa pelas riquezas naturais, o grande patrimônio do continente, está inscrita na disputa por modelos de desenvolvimento. As nacionalizações do petróleo e a recuperação das receitas que ele gera para fins públicos permitiram a criação de novas políticas públicas. Essas nacionalizações ocorreram na Venezuela (2002), na Bolívia (2006), no Equador (2006), na Argentina (2010) e também no Brasil, com a regulamentação da exploração do pré-sal e a criação do Fundo Social do Pré-Sal (2010). A recuperação da receita da venda do petróleo foi determinante para a redução da pobreza. 
Outra frente importante de disputa são os tratados de livre-comércio, que favorecem os produtos importados e sacrificam a produção local. Em 2005, países da América do Sul disseram não à Área de Livre Comércio das Américas (Alca). O que deveria se tornar o maior bloco econômico do planeta foi rejeitado, obrigando os poderes econômicos a mudar de estratégia. 
Nem os Estados Unidos nem as grandes corporações transnacionais, especialmente as da exploração do petróleo (hoje controladas pelos grandes agentes do sistema financeiro), gostaram dessas iniciativas, que limitaram seus ganhos e a “liberdade” do mercado fazer o que quiser nesta região do mundo. 
Diante dessa nova realidade, de diversas maneiras os Estados Unidos e o “mercado” puseram em movimento um poderoso aparato político e midiático para combater e desestabilizar esses governos que vão contra seus interesses. 
A conjuntura econômica, porém, estava favorável à economia dos países da região, o que deu fôlego a esse ciclo combinado de incremento da democracia e da distribuição da renda. O início do século XXI foi marcado pelo boom no preço das commodities (petróleo, minérios, grãos etc.) em razão de uma demanda aquecida, liderada pelas altas taxas de crescimento da China. Com uma receita crescente das exportações e um aumento da receita pública proveniente dos impostos, os novos governos da América do Sul se beneficiaram desses tempos de bonança para criar políticas de atenção aos mais pobres, sem promover mudanças estruturais, como a reforma tributária. No Brasil, em particular, a gestão Lula (2003-2010), depois de um ajuste fiscal em seu primeiro ano de governo, apresentou-se como um governo que beneficiou a todos, desde os banqueiros até os mais pobres cidadãos. 
Em 2008, com a quebra do sistema financeiro internacional, que teve de ser socorrido pelos bancos centrais de seus países, o cenário mudou. Vários governos de países europeus e os Estados Unidos transformaram a dívida privada em dívida pública para socorrer seus bancos privados e se viram às voltas com uma dívida impagável junto a esse mesmo sistema financeiro privado que antes socorreram. Esses bancos, por sua vez, não tiveram nenhuma consideração pelo socorro que receberam de fundos públicos. Impuseram, por meio das instituições multilaterais que controlam, ajustes estruturais que castigam profundamente a sociedade desses países. Para garantir o pagamento da dívida, os governos tiveram de fazer cortes nas políticas sociais, nos salários, na previdência, gerando desemprego e pobreza. Para além da questão imediata do pagamento da dívida, essas políticas de ajuste têm um objetivo inconfessável publicamente: estão orientadas para o rebaixamento do custo da força de trabalho. Em nome de uma maior competitividade internacional das empresas, é preciso reduzir os custos dos fatores de produção, especialmente o custo dos salários.
Grécia, Espanha, Portugal, Itália, entre outros países europeus, tiveram de aceitar o amargo remédio da recessão imposto pelos maiores bancos internacionais por meio do FMI, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia. A doutrina neoliberal repete o receituário do Consenso de Washington, que muitos acreditavam em decadência, mas que se reapresenta com toda força e impõe a esses países a mesma receita dos ajustes impostos aos países latino-americanos na década de 1980.  
O crescimento do mundo entra em desaceleração, marcadamente com a redução do crescimento chinês. A demanda pelas commodities cai, e com a queda da demanda vem a queda em seus preços. Depois de mais de uma década se beneficiando de preços altos, a América do Sul se vê obrigada a apertar o cinto. 
Em 2011, o governo do Brasil adotou medidas anticíclicas para enfrentar a desaceleração mundial do crescimento econômico. Seu objetivo foi fortalecer o mercado interno e garantir o valor do salário, o pleno emprego. Acabara o período das vacas gordas e o jogo de ganha-ganha, em que nenhum setor era punido em benefício de outro.
Nesse mesmo ano, o governo baixou fortemente a taxa Selic, impôs por meio dos bancos públicos uma redução nos juros ao consumidor, congelou preços administrados, ampliou o crédito, impulsionou investimentos públicos etc. Para além da defesa da renda e do emprego das maiorias, no conjunto essas iniciativas expressavam uma política nacional desenvolvimentista, com um papel destacado para o Estado e especialmente para o BNDES no fortalecimento de algumas cadeias produtivas estratégicas, como as de óleo e gás, petroquímica, construção naval. Uma política contrária aos interesses do sistema financeiro e do capital internacional. Pela primeira vez, o controle da política econômica não coincidia com os interesses do sistema financeiro e das grandes corporações.3 

As medidas anticíclicas reduziram os ganhos do setor financeiro privado e das grandes corporações, fortaleceram o Estado e colocaram o fator de insegurança para esses empresários. Eles se deram conta de que não controlavam mais as políticas econômicas, e isso foi inaceitável. 
Em reação a essas medidas, as elites financeiras conseguiram a adesão de todo o grande empresariado, que, a partir do fim de 2012, unido, passou a se colocar contra o governo Dilma, a apoiar a oposição neoliberal e a buscar desestabilizar o novo governo, mesmo depois de sua vitória eleitoral de 2014.4
A “onda rosa” se fragiliza nesta nova quadra recessiva. Há uma tentativa de golpe em curso no Brasil que se assemelha ao golpe que derrubou o presidente Lugo no Paraguai (2012). Com um novo Congresso em que 70% dos parlamentares foram financiados em suas campanhas eleitorais por dez grandes grupos empresariais, está em andamento uma iniciativa parlamentar de tentar promover o impedimento da presidenta. Na Argentina e na Venezuela, as últimas eleições repuseram a dominação neoliberal.

As duas democracias
Como bem aponta Noam Chomsky,5 “a questão de fundo são as distintas concepções de democracia. A democracia liberal entende o cidadão como consumidor, observador, não como participante. O público tem o direito de ratificar políticas que tiveram sua origem em outro lugar, mas, se excede esses limites, aí não temos mais democracia, mas uma crise da democracia que precisa, de alguma forma, ser resolvida”.
A democracia liberal tem como objetivo garantir a manutenção dos privilégios das elites e manter a aparência de um regime democrático. Em 1786, durante o processo de elaboração da Constituição dos Estados Unidos, James Madison, um dos founding fathers da democracia norte-americana e seu quarto presidente (1809-1817), defendia da tribuna que “a democracia serve para proteger os ricos e suas propriedades das pressões redistributivas dos pobres”. 
Passados 230 anos, a concepção liberal de democracia se mantém, mas os capitalistas são outros: poderosas corporações transnacionais, com faturamentos maiores que o PIB de muitos países, controladas pelas instituições financeiras, os verdadeiros donos do poder. O capitalismo se globalizou e seu comando também. Em sua visão, a democracia se submente a seus interesses. E onde ela não couber, prevalecem seus interesses. 
Estes dois séculos também viveram momentos de ampla mobilização popular, revoluções, conquistas de direitos, novas formas de exercício do poder. Na América do Sul, nos últimos vinte anos, elas tornaram-se um instrumento de construção de novas maiorias que desafiam o poder das elites. 
A disputa é a mesma: quem controla o poder e para quê. E se o poder se expressa pela democracia, então quem controla a democracia. São duas visões de democracia: aquela expressa por James Madison e a construída pelas lutas sociais e expressa em várias das novas Constituições latino-americanas, nas quais a justiça social, a solidariedade, a cooperação, a valorização do espaço público, a participação e o respeito à diversidade e à natureza são afirmados e estimulados. 
Como se dá essa disputa? As elites do país querem uma ordem institucional que defenda seus interesses particulares contra os interesses das maiorias. No caso brasileiro, o presidencialismo de coalizão e o Congresso capturado pelo poder econômico cumprem esse papel. Mas há também um grande empenho em construir a hegemonia do pensamento liberal na sociedade pelo contínuo trabalho de convencimento da população de que é melhor assim, do jeito que está, de que não há alternativa. No limite, as elites apelam para a força, ainda que aplicada seletivamente. 
No capitalismo, esse poder de controle sobre a democracia sempre se manteve em mãos do setor privado, que dele não abre mão. A mídia passou a ser um instrumento a seu serviço. A estratégia foi manter as estruturas político-democráticas formalmente intactas, mas sem qualquer interferência na política econômica. 
Os liberais, melhor dizendo, os neoliberais, nesta conjuntura, depois do “ensaio desenvolvimentista” de 2011, querem retomar o controle da política econômica e submeter o Estado a seus interesses privados. Em contraposição a esses interesses ocorrem as mobilizações e campanhas populares pela reforma política, por exemplo, que querem um Estado cada vez mais público e orientado para atender aos interesses de todos. Esses termos já expressam a natureza da disputa pela ordem institucional. 
A disputa principal é por corações e mentes. As classes dominantes, ao abraçarem a democracia, foram se dotando, ao longo do tempo, dos mais poderosos instrumentos e tecnologias de comunicação para buscar converter sua representação de mundo na representação de toda a sociedade e garantir um comportamento submisso desta. As técnicas de propaganda e convencimento desenvolvidas pelo mercado são postas a serviço desses interesses políticos. 
Então, se as tecnologias estão à disposição e a mídia está em suas mãos, o que faltou às classes dominantes para se afirmarem como hegemônicas? O que permitiu que nestes últimos quinze anos, na América do Sul, as classes dominantes viessem a perder o controle do processo político? 
O fator crucial foi a organização e politização de importantes setores sociais oprimidos, que recusaram a postura de submissão que o sistema político lhes destina. Nos países andinos se destaca o processo de organização indígena em confederações nacionais que passaram a atuar na política. No Brasil, a riqueza e a diversidade das organizações da sociedade civil que se constituem para a defesa de direitos fizeram a diferença, mobilizando amplos setores e canalizando sua força política para a construção e eleição do PT. 
Um segundo fator foi que o apoio popular aos novos governos dificultou a articulação de uma nova narrativa, por parte das elites dominantes, que tivesse o poder de convencer as maiorias a apoiar seu projeto de sociedade. 
Na impossibilidade de vencerem pelo voto, as elites aqui no Brasil partiram para o jogo pesado, atacando a democracia com sua tentativa de golpe, comprando o Congresso, mobilizando a mídia para uma enorme campanha e, com o apoio de parte do Judiciário, iniciando uma guerra aberta contra o governo e o PT. 
Sintonizada com o capitalismo internacional, que reaviva a narrativa que dá suporte ao Consenso de Washington, a elite brasileira lançou mão do terrorismo econômico, de análises e projeções catastrofistas para a economia brasileira,6 distorcendo uma realidade na qual os indicadores macroeconômicos não apontavam a necessidade de um ajuste, muito menos que ele se desse com essa radicalidade. E apresentou como solução para a crise a mesma política de austeridade que o FMI, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu impuseram à Grécia. 
O sucesso da mobilização da mídia na guerra contra o governo e em favor das políticas de ajustes foi uma demonstração do imenso poder dessas empresas de comunicação. E na guerra da comunicação, “a questão central é a escolha da agenda e dos temas em destaque, o leque de opiniões permitidas, as premissas inquestionáveis que orientam a produção da informação e os comentários, a visão de mundo que estrutura esses argumentos”.7 
No entanto, como nos alerta Rancière, a disputa por direitos nunca se dá em termos abstratos. Ela é uma demanda dos que não têm por algo muito concreto. Quando Lula lançou o Fome Zero, uma de suas primeiras medidas de governo, ele pautou a agenda pública e estimulou a discussão sobre o assunto. Quando a intelectualidade de direita e a mídia impõem a “necessidade do ajuste” para enfrentar a crise, elas mobilizam a discussão pública sobre esse tema, e não sobre outro. E o governo e as esquerdas não souberam se contrapor a essa agenda. Na verdade, aceitaram o diagnóstico conservador da conjuntura caracterizada como de crise, e mesmo a necessidade do ajuste.
Aquele que consegue impor no espaço público os temas que são de seu interesse obriga o adversário a debatê-los, confina o conflito aos campos de seu interesse, apresenta sua narrativa como a solução para os problemas do país.8 
O fato é que a direita não conseguiu apresentar, no Brasil, um projeto de país para disputar a preferência do eleitor nas eleições de 2014. Centrou sua campanha na produção de um terrorismo econômico e na necessidade de evitar uma catástrofe. E atacou o governo e o PT acusando-os de incompetentes e corruptos. Mas esse não é um fenômeno brasileiro. Por toda parte parece ter se esgotado o repertório de seduções que o capitalismo apresenta. 
Tanto no Brasil como fora, assistimos a um endurecimento do jogo político. O discurso é o mesmo. Aqui, renomados economistas neoliberais afirmam publicamente, para os jornais brasileiros, que é preciso promover a recessão e o desemprego para rebaixar o custo do trabalho. É uma declaração de guerra aos trabalhadores. 
Com o Congresso controlado pelos grandes empresários e com a deslegitimação do sistema político, aí incluídos os partidos, a democracia brasileira fica em perigo. Grande parte da população não se vê representada em seus interesses, e assim se abre espaço para o surgimento de uma nova onda conservadora e de novas práticas autoritárias na sociedade, como buscar fazer justiça com as próprias mãos e criminalizar os pobres pela violência na sociedade. 
As versões da direita monopolizam a mídia conservadora, levando grande parte da população a responsabilizar o governo por uma crise engendrada pelo poder econômico. Seus especialistas em trabalhar com a opinião pública criam as ilusões necessárias, supersimplificações emocionalmente potentes que atribuem ao governo e ao PT a corrupção, o “desgoverno”, os riscos do desemprego, a inflação, a perda de poder aquisitivo por parte da população.  
O uruguaio Aram Aharonian, fundador da TeleSur, alerta: “Vivemos em plena batalha cultural: a guerra pela imposição de imaginários coletivos se dá através de meios cibernéticos, audiovisuais e da imprensa... São golpes baixos permanentes, notícias... que não têm contextualização, mas que conseguem impactar o coletivo e já foram empregadas para desestabilizar os governos populares da América Latina”.9 
“A mídia não cobre mais os acontecimentos. Ela gera versões e tenta transformá-las em verdade”, alertou o sociólogo Laymert Garcia dos Santos.10 Para o professor, o quadro é de tamanha gravidade que a relação entre verdade e mentira, entre verdade e ficção, está completamente abalada. “Nós chegamos a um ponto em que os ladrões gritam ‘pega ladrão’ para os não ladrões. E isso cola! É uma inversão de valores gigantesca”, ironizou. 
A disputa entre as distintas visões de democracia se materializa na disputa das narrativas e na disputa da agenda pública. É uma tarefa da cidadania combater, mobilizando seus coletivos, a manipulação e o controle que a mídia impõe à nossa sociedade; é uma tarefa intelectual de autodefesa que envolve a questão até hoje intocada da democratização da mídia, e de apresentar uma agenda positiva para a sociedade


Silvio Caccia Bava
Diretor e editor-chefe do Le Monde Diplomatique Brasil

1 Wanderley Guilherme dos Santos,” A universalização da democracia. In: Maria Victoria Benevides; Paulo Vannuchi; Fábio Kerche (org.). Reforma política e cidadania. 1ªed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2003, v.1, p.33-43.
2 Samuel Pinheiro Guimarães, palestra no I Seminário Latino-Americano de Saúde, Brasília, dez. 2015.
3 Essa análise se apoia no excelente artigo de André Singer, “Cutucando onças com varas curtas”, Novos Estudos, n.102, jul. 2015. 
4 Ver o artigo de André Singer, “O lulismo nas cordas”, piauí, n.111, dez. 2015.
5 Noam Chomsky, Necessary illusions: thought control in democratic societies [Ilusões necessárias: controle de pensamento em sociedades democráticas], South End Press, Boston, 1989.
6 Ver “Por um Brasil justo e democrático”. Disponível em: www.plataformapoliticasocial.org.br. 
7 Chomsky, op. cit.
8 Chico de Oliveira, “Política numa era de indeterminação: opacidade e reencantamento”. In: Francisco de Oliveira e Cibele Saliba Rizek (orgs.), A era da indeterminação, Boitempo, São Paulo, 2007.
9 Frederico Füllgraf, “Ataque midiático à democracia e aos projetos nacionais”, Revista Adusp, dez. 2015.
10 Professor titular do Departamento de Sociologia da Unicamp e membro do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da USP. Ver “Há uma operação de enfeitiçamento em curso”, Carta Maior, 17 nov. 2015. 

http://www.diplomatique.org.br/editorial.php?edicao=103
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Stephen Hawking: “Foi descoberta uma nova forma de se olhar o universo”

Além de provar teoria de Einstein, é a primeira observação direta de buracos negros em fusão, diz ele

físico Stephen Hawking afirmou na quinta-feira que a detecção das ondas gravitacionais, a última previsão das teorias de Einstein que ainda precisava ser comprovada, abre as portas a “uma nova forma de se olhar o universo”. “A capacidade de detectá-las tem o potencial de revolucionar a astronomia”, disse à BBC o físico teórico de 74 anos, especialista em buracos negros.
A detecção dessas ondas, os sinais deixados por grandes cataclismos no universo, é também “a primeira prova de um sistema binário de buracos negros e a primeira observação de buracos negros em fusão”, afirmou Hawking. “Além de provar a Teoria Geral da Relatividade, podemos esperar ver buracos negros ao longo da história do Universo. Podemos até mesmo ver os vestígios do Universo primordial, durante o Big Bang”, graças às ondas gravitacionais, enfatizou o físico.
A pesquisadora da Universidade de Glasgow Sheila Rowan, que participou do projeto LIGO que detectou as ondas, descreveu seu trabalho como uma “viagem fascinante”. “Estamos sentados aqui na Terra observando como as costuras do Universo se alongam e se comprimem devido a uma fusão de buracos negros que ocorreu a mais de um bilhão de anos”, disse Rowan. “Quando ligamos nossos detectores, o Universo estava pronto, esperando para dizer ‘olá’”, descreveu a pesquisadora.

http://brasil.elpais.com/brasil/2016/02/11/ciencia/1455208679_481462.html